É frequente tomar conhecimento nas notícias de casos de mulheres que deram à luz sem sequer imaginar que estariam grávidas. Em maio, por exemplo, uma mulher teve um bebé durante uma viagem de avião. "Algo saiu de dentro de mim", exclamou, na altura, para o marido.

Segundo a literatura médica, existe um caso deste tipo de gravidez em cada 500, comenta Kristin Sharp, médica obstetra e docente na Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade do Wisconsin, ao jornal The Huffington Post.

Aparentemente, há muita explicações para o fenómeno. A começar pela eficácia dos métodos contracetivos: nenhum apresenta 100% de garantias.

Muitas mulheres podem obter os chamados falsos negativos em testes de gravidez por diversas razões. O mais comum é o teste ter sido feito demasiado cedo. Não seguir as instruções e usar urina demasiado diluída são outras das causas.

"Há uma série de condições médicas e medicamentos que podem impedir as mulheres de ter o período", diz ainda Sharp. O síndrome do ovário policístico, por exemplo, é uma doença endocrinológica caracterizada pelo aumento da produção de hormonas masculinas e que pode provocar a ausência ou irregularidade da menstruação, o que não significa contudo que a mulher esteja impedida de engravidar.

Por outro lado, Ruta Nonacs, psiquiatra no Hospital Geral de Massachusetts, explica que algumas mulheres podem não reconhecer os sintomas da gravidez por doença ou distúrbio mental ou até trauma sexual.

Há ainda mulheres com ciclos menstruais extremamente irregulares. Kim Denver, ginecologista obstetra no South Shore Hospital, diz mesmo que a obesidade e os ciclos menstruais irregulares costumam ser as principais causas de gravidez críptica.

Resta acrescentar: A pílula e outros meios anticoncecionais podem perder eficácia devido a interações com diversos medicamentos, sendo os antibióticos apenas um exemplo.