Com as escolas portuguesas no estrangeiro todas encerradas devido à pandemia de covid-19, os professores destas unidades de educação estão a preparar o ensino à distância, mas contam agora com a programação do "Estudo em Casa" através da RTP África, canal com uma significativa presença nos Estados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“[Trata-se de] uma primeira ferramenta para podermos chegar necessariamente à CPLP, aos nossos parceiros naturais - os países de expressão portuguesa em África e não só, e depois difundirmos o mais possível os conteúdos educativos em português para todo o mundo”, afirmou o governante.

Tiago Brandão Rodrigues sublinhou a importância de as estratégias irem sendo “articuladas com as autoridades locais e regionais” para existir “a maior recetividade possível a esses conteúdos”.

As aulas de apoio através da televisão na RTP África começaram hoje a ser transmitidas e vão disponibilizar conteúdos do primeiro ciclo do ensino básico entre as 09:00 e as 11:30, de segunda a quinta-feira, e na sexta-feira das 09:00 às 10:50.

Entre as 13:00 e as 13:30 dos cinco dias úteis serão ainda difundidos conteúdos de Português como língua não materna.

Desta forma, o Governo espera que estes conteúdos cheguem “com muito mais profundidade às comunidades portuguesas que estão espalhadas” pelo mundo.

Segundo Tiago Brandão Rodrigues, as escolas portuguesas no estrangeiro “têm-se adaptado e construíram um plano de ensino”, o qual regista “avanços todos os dias”.

“Mas temos de encontrar um conjunto de soluções mais alargado que muitas vezes não utilizem as novas tecnologias e que não deixem ninguém para trás”, disse, justificando assim o recurso à RTP África, que “chega com muito mais profundidade às comunidades portuguesas que estão espalhadas” no mundo.

A RTP África tem uma forte representação nos países africanos de língua oficial portuguesa, podendo ainda ser seguida em outros países onde está presente a comunidade portuguesa, nomeadamente através de satélite ou por internet.

Em Portugal, mais de 850 mil alunos do ensino básico contam a partir de hoje e durante o terceiro período com aulas de apoio através da televisão, e vão aprender com professores à distância.

Desta forma, o Ministério da Educação espera conseguir chegar aos alunos que estavam a ficar fora do sistema, repetindo um modelo semelhante ao que nasceu na década de 1960, quando faltavam escolas e transportes públicos que permitissem a todos irem às aulas.

Na altura, a Telescola dirigia-se apenas para os alunos que queriam fazer o 5.º e 6.º anos, já que a maioria dos portugueses deixava de estudar quando terminava a “Primária” (1.º ciclo).

Mas agora as aulas serão todas a cores: quer na televisão quer através dos computadores, telemóveis ou ‘tablets’, onde poderão encontrar diariamente os professores.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 165 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 537 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 735 pessoas das 20.863 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.