Em Portugal, estima-se que 8% das mulheres em idade reprodutora sejam inférteis e sabe-se que 46% das portuguesas anteciparia o momento de ser mãe se soubesse que poderia vir a sofrer deste problema, de acordo com dados da Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução.

O problema afeta cerca de 72 milhões de mulheres em todo o mundo de acordo com dados da Merck, empresa internacional de investigação em ciência e tecnologia.

O jornal La Vanguardia diz que, em Espanha, a infertilidade masculina e feminina está presente na vida de 30% dos casais modernos, sendo que em 20% dos casos decorre de um problema conjunto. María del Puy Sánchez Fernández, ginecologista da unidade de reprodução assistida do Hospital Universitário Sanitas de la Zarzuela, revela algumas informações fundamentais para quem se confronta com este problema.

Por exemplo, que tipo de testes devem ser feitos? “No caso das mulheres, geralmente é feito um estudo hormonal com análise de sangue, um ultra-som e uma histerossalpingografia (exame para verificar a permeabilidade das trompas de Falópio), embora o número de testes possa variar de caso para caso”.

Os homens devem efetuar uma análise de qualidade do sêmen. Para estudar a fertilidade é realizada um estudo do número, mobilidade e a forma dos espermatozoides.

O que causa a infertilidade masculina?

Pode falar-se em três fatores principais.

  1. Distúrbio do hipotálamo ou da hipófise (1 a 2%).
  2. Distúrbios da gónada ou testículos (30-40%).
  3. Transtornos no transporte de espermatozoides (10-20%).
  4. Causas desconhecidas (40-50%).

Além disso, existem múltiplas razões para a diminuição do número, mobilidade e morfologia dos espermatozoides ou falta deles. Por exemplo: uma condição genética pré-existente; consumo de álcool, tabaco ou outras drogas; parotidite (caxumba) após a puberdade; distúrbios hormonais; infeções ou presença de anticorpos; alterações no número de cromossomas; distúrbios da tiroide, diabetes e obesidade extrema; insuficiência renal e hepática; tomar certos medicamentos; situações de stress; exposição a produtos químicos tóxicos ou radiações; problemas de ejaculação.

O que causa a infertilidade feminina?

80% dos casos provêm destas causas.

  1. Idade avançada. É o mais frequente na atual sociedade. Depois dos 35 anos, a capacidade de reproduzir diminui e, após os 40 anos, a possibilidade de engravidar é inferior a 10%.
  2. Fator tubário ou lesão nas trompas do Falópio, que é responsável por 25% dos casos de infertilidade feminina. O único tratamento indicado para engravidar é a fertilização in vitro.
  3. Endometriose. Ocorre quando o tecido endometrial uterino está fora do útero. Na maioria das vezes, provoca dor e infertilidade.
  4. Síndrome do ovário poliquístico. Mulheres com este problema têm ciclos menstruais irregulares ou ausência dos mesmos. Por esse motivo, terão dificuldades em engravidar.

Outros fatores de risco são: obesidade, exercício físico intenso, distúrbios hormonais, miomas, doenças sexualmente transmissíveis, diabetes, cancro, doenças da tiroide, asma, depressão ou tomar certos medicamentos como antidepressivos.