O ensino à distância que tem vindo a ser adotado pelas escolas como forma de responder às limitações impostas pela pandemia de covid-19 tem demonstrado que “as desigualdades entre crianças podem aumentar”, afirmou Nicolas Schmit, comissário europeu do Emprego e Direitos Sociais, na conferência de imprensa que se realizou após o conselho informal dos ministros da Educação da União Europeia (UE).
“[No Pilar Social Europeu] há um princípio sobre oportunidades iguais e, por isso, é essencial investir muito em equipamento e investir também ao nível das capacidades digitais das crianças, através das escolas, de modo a permitir que todas as crianças tenham as conexões certas”, defendeu o comissário, lembrando que “há muitas famílias pobres que não têm conexão à Internet”.
Nicolas Schmit considerou que este é “um desafio importante” para a União Europeia: “Estamos numa sociedade digital e não devemos deixar parte dos nossos cidadãos, especialmente as crianças, fora desta sociedade digital”.
Na mesma conferência de imprensa, a comissária Mariya Gabriel (Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude) defendeu que a solução passa pelo “contacto permanente” entre os 27, de modo a que possam “partilhar as lições que aprenderam durante a crise” provocada pela pandemia.
Com esse fim, afirmou, a Comissão Europeia vai propor, este ano, “uma recomendação sobre ensino à distância”, integrada no plano de ação para a educação digital para o período de 2021 a 2027.
A comissária europeia defendeu “mais coordenação entre os Estados-membros” da UE e anunciou que este ano vai haver uma “proposta concreta para estabelecer um ‘hub’ de educação digital”, permitindo que os 27 trabalhem em conjunto “neste campo estratégico que é a formação para a educação”.
Lançado em novembro passado, este plano de ação defende a necessidade de assegurar infraestruturas, conectividade e equipamento digital, dotar os professores e formadores com competências digitais para a utilização de conteúdos de aprendizagem de elevada qualidade.
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