A zona à frente da Câmara Municipal de Coimbra tornou-se pequena para tantos alunos que se foram ali concentrando, com cartazes onde se podia ler "A terra está com febre", "Mudem a política, não o clima" ou "Turistas querem bacalhau? Já só temos plástico".
Pelo meio, os mais de mil estudantes foram entoando gritos de protesto.
"Queremos mudança e é para já. Estamos fartos de blá blá blá", afirmaram os estudantes, para logo a seguir cantarem "O planeta unido jamais será vencido".
Francisca Reis, de 18 anos, aluna na escola secundária de Cantanhede, fez o percurso de 30 quilómetros até Coimbra de bicicleta com mais 14 colegas, acompanhados pela Escola Segura e por um professor.
"É um ato simbólico pedalar até cá - escolher um meio não poluente", disse à agência Lusa a estudante que não conseguia esconder o seu entusiasmo de participar na greve mundial de alunos convocada para hoje, com protestos marcados em mais de 100 países.
Francisca salientou que sempre se interessou pelo ambiente e que sentiu vontade de participar porque pretende garantir que há um futuro para os seus futuros "filhos e netos".
"Nós podemos fazer mais, muito mais. Podemos fazer o impossível", vincou a estudante.
Duarte Antão, de 18 anos, estudante do primeiro ano da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e um dos membros da organização da greve nesta cidade, vincou que o mundo só tem "12 anos para atuar", depois disso "será como pôr um penso numa fratura exposta".
"Se nos unirmos podemos fazer a diferença", disse Micaela, estudante do ensino superior e ativista do movimento Litter Hero, que vinha acompanhada de um balde onde se lia "Beata é lixo e a rua não é um cinzeiro".
Pelo meio, encontravam-se algumas pessoas mais velhas, como foi o caso de Maria Luísa Marques, de 70 anos, que se fez acompanhar da sua filha e netas.
"Quero que tenham um futuro bonito. Quero que tenham um futuro verde e azul, como eu tive na minha juventude", disse a habitante do concelho vizinho da Lousã.
Esta greve estudantil mundial tem como lema "fazer greve por um clima seguro" e culmina uma série de manifestações semanais iniciadas no ano passado pela sueca Greta Thunberg, 16 anos, nomeada para o prémio Nobel da paz.
Em Portugal estão a decorrer protestos durante a manhã em mais de 20 cidades.
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