A Associação Portuguesa da Fertilidade (APF) promoveu, no dia 29 de Outubr, uma iniciativa, na qual 33 carrinhos de bebés desfilar am vazios à porta da Assembleia da República, divulga o “Sol”.
O objectivo foi sensibilizar os governantes para o «atraso no apoio efectivo às pessoas com problemas de fertilidade», disse ao jornal Filomena Gonçalves, dirigente da APF.
Pelas contas da associação, se o Governo tivesse cumprido as promessas de investimento anunciadas em 2007, 33 seria a média semanal de nascimentos resultantes de tratamentos contra a infertilidade.
A dirigente explicou ao jornal que a acção de sensibilização visava apelar à quebra de «barreiras e tabus», alertando «o público em geral para o facto de a infertilidade ser uma doença muito estigmatizante».
Para uma das participantes na iniciativa, que não pretende ser identificada, «as pessoas não têm ideia do desgaste físico e psicológico que representam os tratamentos».
E acrescenta: «Considero-me uma sortuda porque engravidei logo com a primeira fertilização in vitro», sem esquecer que antes deste processo já tinha passado por quatro inseminações artificiais.
No total, esta mulher gastou cerca de seis mil euros numa clínica privada, valor que reconhece ser «incomportável para a maioria dos 500 mil casais com problemas de fertilidade» que existem no país, disse ao “Sol”.
«Mesmo quem é vigiado nos hospitais públicos paga uma factura muito alta», lamenta a mulher de 33 anos, lembrando que «mesmo com comparticipação, uma simples caixa de comprimidos chega a custar 400 euros».
A APF apela à redução de encargos que recaem sobre estes casais, nomeadamente com o aumento da comparticipação na medicação e com esforços políticos para que a infertilidade seja reconhecida como doença pelas seguradoras.
Para já, fica a promessa de que «os financiamentos anunciados no âmbito do plano de incentivos à Procriação Medicamente Assistida deverão começar a ser efectivamente aplicados no segundo trimestre de 2009».
Segundo o jornal, essa foi uma das garantias que a Direcção-Geral de Saúde deu à APF, numa reunião realizada na semana passada.
O mesmo encontro permitiu também à associação «conhecer o projecto de alargamento da rede de referenciação [criação de mais centros de tratamento]e o programa de encaminhamento dos casais».
29 de Outubro de 2008
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