Na sala 4, os alunos do 2º B contam o que fizeram durante as férias e de seguida a professora aproveita para tentar introduzi-los nas atividades, contando a história de um monstro que hoje também teve o seu primeiro dia de escola.

Lá fora, na zona de recreio, um professor conduz um grupo de novos alunos pelos recantos da escola onde a presença de um mural de homenagem a Francisco Zambujal lembra que o conhecido caricaturista lecionou ali durante várias décadas.

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A escola, com 300 alunos, distribuídos por 12 turmas, situada no centro da cidade, é uma das antigas e mais procuradas no concelho de Faro, mas nem todos os pais conseguem ali colocar os seus filhos, conta à Lusa a diretora do agrupamento de Escolas Tomás Cabreira, no qual se inclui aquele estabelecimento de ensino

"É uma escola que sempre foi muito procurada e que só não tem mais alunos porque não tem mais salas", refere Ana Paula Marques, sublinhando que há muitos alunos que ficam de fora por não terem morada, ou por serem são condicionais, ou seja, ainda não terem completado os seis anos.

Respirar tranquilamente

Para a diretora do agrupamento de escolas, Ana Paula Marques, hoje é o dia em que todos já podem respirar tranquilamente, depois de muitas horas passadas em preparativos e reuniões, durante as férias dos alunos, para que o ano letivo pudesse arrancar em pleno.

Aquela responsável reconhece que, num agrupamento com 3.000 alunos, há sempre dificuldades na preparação do ano letivo, que começa no processo de matrículas, segue para a constituição de turmas e organização de horários, havendo ainda a preocupação de escolher os professores com o perfil mais adequado para o 1.º ano.

Este ano, o sistema de atribuição de manuais escolares gratuitos passou a ser feito através de uma plataforma informática, situação que criou atrasos na entrega dos livros e que foi confirmada à Lusa por alguns pais de alunos da Escola de São Luís.

"O processo não correu tão rapidamente quanto nós gostaríamos e veio de alguma forma angustiar os pais que queriam este processo resolvido com mais antecedência", refere Ana Paula Marques.

Colocação de pessoal nas escolas

Para o presidente da Câmara de Faro, a principal preocupação para o arranque deste ano letivo era, como sucede noutros anos, a colocação atempada de pessoal nas escolas.

"O que nos preocupava mais eram os recursos humanos, mas na sexta-feira conseguimos colocar 16 auxiliares nos diversos agrupamentos e esse problema ficou resolvido", disse Rogério Bacalhau à Lusa.

O autarca, que durante muitos anos lecionou Matemática, sublinha que este ano houve um "ligeiro aumento dos recursos humanos", tendo em conta a alteração dos rácios definidos pelo Ministério da Educação.

Quanto aos professores, no concelho de Faro há casos pontuais de falta de docentes, algo "que acontece todos os anos" e que no mês de setembro ficará resolvido, conclui.