É um dos argumentos mais utilizados. Muitos críticos do aborto dizem que as mulheres que se submetem a um processo de interrupção voluntário da gravidez sofrem depois, em consequência disso, de experiências psicológicas e emocionais que se podem refletir na sua saúde física e mental. Um novo estudo, divulgado na última edição do jornal JAMA Psychiatry e já noticiado por vários media internacionais, vem agora contrariar essa crença.
Desenvolvida pelo Bixby Center for Global Reproductive Health e pelo Departmento de Epidemologia e Bioestatísticas da University of California, San Francisco, na Califórnia, nos EUA, a investigação acompanhou 956 mulheres com uma média de idades de 25 anos durante cinco anos. Os especialistas concluíram que, ao contrário do que muitos pensam, abortar tem pouco impacto na saúde mental das mulheres que o fazem.
«Se formos a comparar [os dados obtidos], as mulheres que lhes viram a possibilidade de abortar negada [é que] apresentaram maiores riscos de vir a sofrer de problemas psicológicos», disse à CBS News e ao The New York Times M. Antonia Biggs, o coordenador do estudo. «Estas [nossas] descobertas não apoiam as políticas que restringem o acesso das mulheres ao aborto com o argumento que este afetará a saúde mental das mulheres», referiu ainda.
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