Os dias estão cada vez maiores e as temperaturas começam a subir. A paisagem regressa aos tons de verde e as flores mostram todo o seu esplendor. Após meses de frio e chuva, a chegada da Primavera é aguardada com a ansiedade de quem deseja voltar a desfrutar do ar livre.
Para as crianças, a nova estação pode e deve ser sinónimo da saída de casa e de alternativas às brincadeiras no interior, à televisão e aos jogos electrónicos. Correr, jogar à bola, regressar à praia – mesmo que ainda seja cedo para banhos de mar – passear em jardins ou descobrir os encantos da vida campestre são óptimos programas para toda a família.
Aprendizagem ao vivo
A Primavera também é uma boa altura para conhecer coisas novas. A profunda regeneração da Natureza é um laboratório vivo e vibrante que pode ensinar lições de botânica, biologia, geografia, ecologia e muitas outras ciências.
Perante as árvores que se cobrem de flores e novas folhas, torna-se mais fácil explicar a uma criança o processo de renovação vegetal e de que forma as plantas que pareciam tão secas no Inverno estava, afinal, apenas “adormecidas” e a prepararem-se para esta fase.
O ciclo da vida
É nesta altura do ano que uma parte significativa das espécies animais mostram as novas crias ou ninhadas. Também este fenómeno ajuda a mostrar como funciona o ciclo da vida, em especial se tivermos disponíveis, por exemplo, um grupo de pintainhos, cãezinhos, gatinhos, borregos…
Os rios que correm mais fortes e os panoramas naturais que se mostram com toda a sua diversidade são, por fim, os melhores exemplos da diversidade geográfica e da importância de preservarmos os mecanismos dos ecossistemas, desde o ciclo da água às relações que existem entre as inúmeras espécies que partilham o mesmo espaço.
Linguagem adaptada
É claro que tudo isto tem de ser adaptado à idade e maturidade dos mais novos. Todos são sensíveis à Natureza, aos animais e à beleza da Primavera, mas é muito diferente explicar como os animais se reproduzem a uma criança de três anos ou a uma criança de oito.
Um bom ponto de partida é perceber o que ela já sabe. Se frequenta o jardim-de-infância, certamente que as educadoras seguem um programa pedagógico onde as maravilhas desta estação não faltam. E pode até ser surpreendente para os pais o nível de conhecimento que os filhos demonstram.
No caso das crianças mais velhas, que frequentam o primeiro ciclo do Ensino Básico, parte significativa destas noções está incluída nos programas de Estudo do Meio. Assim, ir para o terreno é, muitas vezes, o complemento ideal para o que aprenderam nos livros.
Para mais tarde recordar
Pegar numa máquina fotográfica, numa máquina de filmar ou mesmo no telemóvel e imortalizar estas experiências primaveris é habitual para muitas famílias. Mas que tal dar o passo seguinte e transformar estas experiências num verdadeiro projecto multimédia?
Basta pegar num equipamento que as crianças possam manipular facilmente – e sem grande stresse para os adultos – e encorajá-las a registar tudo o que vão vendo e aprendendo.
O segundo passo é usar estes materiais de uma forma criativa. Pode ser, por exemplo, um álbum fotográfico comentado, fotografias impressas em várias dimensões para compor uma parede com esta “arte natural”, a partilha numa plataforma online ou outra qualquer alternativa. Não importa o meio escolhido, o que importa é que a Primavera se torne, assim, eterna!
Maria C Rodrigues
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