Porque é que acontece

Põe o seu filho a dormir às 8:30 da noite. Abraça-o, beija-o e deseja-lhe bons sonhos. O dia foi longo. Tem à sua espera a louça do jantar, o seu marido tem de pagar as contas, é preciso passear o cão e alimentar o gato, e ainda não teve um segundo para se sentar e descansar os pés. Mas não – em vez de passar o resto do serão a pôr as tarefas em dia e a aproveitar a valiosa companhia do seu marido, passa a vida a entrar e a sair do quarto da criança, a tentar convencê-la a adormecer. O que acaba finalmente por acontecer – três horas mais tarde. Soa-lhe a conhecido? Ficaria surpreendida se soubesse quantos pais enfrentam esta realidade noite após noite.

Por vezes é possível ver que a criança está a combater o sono – esfrega os olhos, boceja repetidamente e perde o controlo perante a mínima frustração. Outras vezes poderá parecer completamente desperta, até mesmo hiperactiva, mas isso pode ser outra forma de manifestar a exaustão. O que acontece aqui é a versão infantil do lema "há tanto para fazer, e temos tão pouco tempo"; passa-se tanta coisa à sua volta – o pai está na sala a ver o correio, os animais andam a correr pela casa e a mãe entra e sai de todas as divisões – ele só quer participar em toda esta acção. Além disso, à semelhança de todas as crianças da sua idade, o seu filho está a começar a compreender que é uma pessoa separada da mãe e que tem personalidade própria, e por isso quer afirmar a sua independência. Recusar-se a ir para a cama à noite é uma das formas que encontra para afirmar a sua capacidade de controlo.

O que fazer

Ensine o seu filho a adormecer sozinho. Se ele só adormecer na sua presença, estará a criar maus hábitos que será difícil quebrar mais tarde. A melhor lição que lhe pode ensinar é como se acalmar sozinho até adormecer. Siga uma rotina de deitar (banho, livros e cama, por exemplo), para que ele saiba o que se espera dele e aquilo que o espera à noite. Pode dizer-lhe que, se ele ficar na cama, voltará daí a cinco minutos para ver se ele está bem. Faça-o sentir-se seguro e saber que estará sempre por perto.

Não o deixe enrolar. As crianças pequenas são negociadoras natas e à hora de dormir nada será diferente. E porque gosta tanto do tempo que passa consigo, fará tudo o que puder para prolongar esses momentos. A criança poderá demorar bastante tempo a cumprir a rotina habitual da noite, pedir repetidamente um copo de água ou chamá-la vezes sem conta porque precisa de alguma coisa. Se suspeitar que está a empatar, não a deixe fazer isso. Diga que é hora de dormir e que pode terminar o projecto de expressão plástica no dia seguinte ou que irá procurar o coelho de peluche de manhã.

Poderá também prever à partida quais serão os pedidos habituais (e razoáveis) do seu filho e inclui-los na rotina de deitar. Encha um copo de água antes de o deitar e diga-lhe para o colocar na mesinha de cabeceira, leve-o a sentar-se no bacio mais uma vez e dê-lhe muitos abraços adicionais, os suficientes para uma noite inteira. Depois ceda um só pedido adicional – mas deixe bem claro que é só um. Ele sentirá que está a levar a água ao seu moinho sem saber que, na realidade, é a mãe quem está a ganhar esta parada.

Apresente opções aceitáveis à hora de dormir. Por esta altura, o seu filho está a começar a testar os limites da sua independência recém-descoberta. Para ajudá-lo a sentir que tem controlo, sempre que possível, deixe que faça as suas próprias escolhas à hora de dormir, desde a história que quer ouvir ao pijama que quer vestir. O truque é oferecer apenas duas ou três alternativas e assegurar que todas são satisfatórias para si. Por exemplo, não pergunte "Queres ir para a cama agora?" Ele podia responder que não, o que não é aceitável. Em vez disso, tente "Queres ir para a cama agora ou daqui a cinco minutos?" Dá assim sempre a hipótese de escolher mas ganha sempre a contenda, independentemente da resposta.

Mantenha-se calma, mas firme. Mantenha a sua posição mesmo que a criança grite ou implore por uma excepção à regra de ir para a cama. Se se sentir frustrada, tente não medir forças. Fale calma e pausadamente, mas insista que é hora de dormir e que não há nada a fazer. Se ceder uma vez que seja ao pedido de "mais cinco minutos, por favor", irá ouvi-lo novamente vezes sem conta. Se ele fizer fita, ignore-a como faz para tantas outras. Dando-lhe atenção – mesmo que o seu comportamento seja reprovável – estará a incentivá-lo ainda mais.

Transferi-lo para uma cama de menino crescido. Entre os 2 anos e meio e os 4 anos, o seu filho ficará provavelmente demasiado grande para a cama de grades e estará pronto para dizer-lhe adeus. A passagem da cama de grades para uma cama a sério indica-lhe que está a ficar um menino grande. Pode dizer-lhe que, para crescer, tem de aprender a ir para a cama quando precisa de descansar e que terá de fazê-lo sozinho. Quando ele já estiver a usar a cama nova, não se esqueça de o elogiar quando ele não sair de lá à hora de dormir e durante a noite. Após anos preso a uma cama de grades, o seu filho poderá sair imensas vezes da cama de menino crescido – só porque pode. Se ele se levantar, modere a sua reacção. Levo-o simplesmente de volta para cama, diga-lhe com firmeza que é hora e dormir e saia do quarto. Se, ainda assim, ele não ficar na cama, procure ajuda junto dos especialistas de sono.

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