O nosso corpo cresce mais depressa do que alguma vez irá experienciar, por isso, se fizéssemos uma pequena comparação, se crescessemos com o mesmo ritmo que crescemos durante esta fase, durante toda a nossa vida, seriamos maiores que certos prédios de vários andares! É interessante perceber que, da mesma maneira, toda a estrutura cognitiva e emocional se desenvolve com a maior rapidez nesta fase. Mais do que interessante, é fascinante!

Como é possível serem os bebés considerados, um tanto ou quanto, ”inferiores” ou “limitados”? “Autênticas máquinas de comer, dormir, chorar e fazer cocó”?

Não é questionável a importância que tem um bebé aprender a “pegar bem” no peito, para melhor se melhor alimentar e para melhor crescer; não é questionável a importância de aprender a reconhecer a voz e o rosto dos pais, pelo laço de confiança e noção de segurança; não é questionável aprender a aceitar tomar um banho, ou mudar a fralda porque é importante, mesmo que lhe custe. Porque haveria de ser menosprezada a importância da necessidade que um bebé tem dormir?

Dormir é uma necessidade básica vital. É a dormir que o bebé vai assimilar a informação que experienciou enquanto estava acordado, que irá crescer mais, ou mesmo curar-se (dada a aceleração concentrada da reprodução celular).  Daí que se explique que é durante os primeiros 12 meses de vida que se aprende mais do que qualquer outra fase da vida.

Tudo é novo, tudo é aprendizagem. O reflexo da sucção pode ser um reflexo inato, mas mamar bem é aprendizagem; mexer os braços e pernas, cara, olhos, é inato, mas saber controlá-los segundo a vontade, é aprendizagem! A equação fica fácil de definir para os Seres Humanos no início de vida: quanto mais houver necessidade de crescer, aprender ou curar (que é facilmente observável especialmente nos primeiros 12 meses de vida) mais tempo é necessário de sono - pois é onde se dá o processamento e reestruturação. No entanto, não significa que seja necessário dormir 24h horas, existem estudos já feitos, alguns nem tão recentes, que definem o tempo ideal de sono para cada fase da vida.

Para os bebés o consumo de energia é grande e o “ depósito” de combustível” (estômago), é pequeno, logo a resistência é muito menor.  Assim torna-se simples imaginar a tortura física e psicológica de um bebé, por exemplo, com um mês, que está mais de três horas acordado. Tudo se quer gradual, e como tal, nesta fase (até aos 12 meses), estar acordado a experienciar a vida também deve ser gradual, pela continuidade de tempo acordado.

Quando o bebé dorme a Mãe pode descansar, o que tem benefícios fundamentais para ambos: a mãe dormindo e alimentando-se bem, melhora a sua produção de leite (em termos de fluxo e quantidade) e, claro melhora a sua disposição e capacidade de investir  na qualidade de vivência quando o bebé está acordado, e dar-lhe 100% de si!

É fundamental a Mãe conhecer as causas de desconforto do seu bebé, as melhores posições para alimentação, os “timings” e os ambientes mais adequados, as melhores atividades (adequadas a cada fase) e, depois, quando o bebé está cansado e começa a mostrar os primeiros sinais de sono, seguir para aquela que é a uma das aprendizagens mais importantes da vida, importantíssima para a mente e corpo em crescimento: dormir!

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Carolina Albino - Especialista em Ritmos de Sono do Bebé