Ícone da moda portuguesa, Yolanda Lobo, 53 anos, abraça um novo projeto com uma rubrica de moda no novo canal SIC Caras. A empresária e antiga manequim vai ser uma das comentadoras do programa “Passadeira Vermelha”. Vai dar conselhos de moda, mas não contem com ela para criticar os outros…

O Canal SIC Caras estava a fazer falta?

Estava a fazer muita falta este espírito da revista Caras, que transportado para a televisão só pode dar boa coisa.

Porquê?

Porque a Caras é a única revista portuguesa que é capaz de falar sobre as pessoas sem se imiscuir na sua vida privada ao ponto de as achincalhar. E isso é bom!

É difícil definir a linha que separa o privado do público… Quais são os limites?

É muito difícil… No que me diz respeito, acho que tenho conseguido resguardar-me ao longo da vida. Nunca quis nem nunca permiti, por exemplo, que as pessoas entrassem na minha casa para me fotografar com a família. Mas já aconteceu estar de férias ou num hotel e de sermos fotografados. Mas pára aí. Não tenho de contar se fui hospitalizada, se os meus filhos estão bem ou não, se o meu marido está bem… Tem que haver um limite para sentir que há uma parte da minha vida que é só minha. É importante que as revistas respeitem isso.

O canal SIC Caras vai ter essa postura?

A intenção é essa, saber ter uma forma de comunicar sem se imiscuir na vida íntima das pessoas. A postura da crítica também vai ser outra. Não concordo com a crítica que se faz às pessoas sobre as roupas que escolheram ou como atuaram. Quem sou eu para criticar os outros? Posso dar a minha opinião de uma forma geral. Agora, para criticar A, B ou C tinha de ser um suprassumo e não me assumo como isso. Acho que ninguém deveria assumir essa postura de, perante milhares de pessoas, ser capaz de criticar alguém.

A Yolanda está habituada a surpreender o público com os seus “looks” arrojados mas elegantes. Qual é o segredo?

Para a festa da SIC Caras vim vestida pelo João Rolo (ver foto), que é uma figura que admiro imenso, porque é capaz de criar moda mantendo as mulheres femininas e respeitando o estilo de cada uma.
Convidei o João Rolo e a Veste Couture para me vestirem para o programa que vou fazer, porque são duas marcas que têm a ver comigo. Em tudo o que faço na vida, seja comprar uma peça de roupa, uma mala, uma peça para a minha casa, escolher um restaurante ou um local de férias, tento sempre que haja simplicidade e sobriedade. É aprender a estar sempre naquele patamar em que as pessoas dizem “tem imensa classe!”.

Mas como consegue isso tudo?

Não gosto, por exemplo, de vestir uma roupa que brilhe mais que o meu interior, nós é que temos de adornar a roupa. Portanto, não preciso de pôr lantejoulas muito brilhantes, vermelhos, roxos ou cor-de-rosa para encher uma sala. Nós é que temos de fazer a indumentária, não é a roupa que tem de nos mascarar.

E vai ensinar-nos isso tudo no seu programa na SIC Caras?

Já no primeiro! (risos) Vou estar no ar entre as 22h00 e as 00h00 no “Passadeira Vermelha”. Vamos ser vários comentadores e vou estar à conversa já no primeiro programa com o fotógrafo João Bacelar.