A xenofobia, o crescimento dos extremismos políticos e a liberdade de expressão. Estes são os três principais temas de 'Pátria', filme português que estreia nos cinemas esta quinta-feira, dia 19 de outubro, e que tem Tomás Alves no principal papel.
Foi precisamente com o ator que o Fama ao Minuto falou a propósito desta produção, realizada por Bruno Gascon, que se apresenta como um retrato de "uma distopia não tão distante da realidade".
'Pátria' serve de antecipação às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, sendo que, para Tomás Alves, é importante continuar a recordar este marco histórico por forma a impedir que se repita.
Tomás, o que já nos pode contar sobre o filme 'Pátria'?
Pouco posso acrescentar ao que já saiu… ainda não vi o filme. Mas posso dizer que fala de uma distopia, infelizmente, cada vez mais próxima da realidade. O filme foca-se na segunda parte do percurso de Rocky, alguém a quem a vida forçou a procurar a liberdade a qualquer custo.
Um país sem memória e sem cultura tende a cair sempre nos mesmos erros do passado
O filme, segundo já sabemos, aborda questões como a xenofobia, o crescimento dos extremismos políticos e a liberdade de expressão. Que relação tem com estas temáticas?
A minha relação é, sobretudo, poder dar voz, através do meu trabalho, a temáticas que são cada vez mais pertinentes para não deixar cair em vão as conquistas de há cinquenta anos. Um país sem memória e sem cultura tende a cair sempre nos mesmos erros do passado!
'Pátria' antecipa as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, um momento tão importante da história do nosso país. Considera que é importante continuar a falar deste marco, também de forma a prevenir a repetição dos tempos difíceis que vivemos durante a ditadura?
Sem dúvida nenhuma. Avivar a memória de quem o viveu e consciencializar os mais jovens do perigo de lhes ser retirada a liberdade em que já nasceram, é uma boa missão do trabalho da cultura!
Deveríamos ser sempre nós, portugueses, os primeiros a querer ver o que é nosso
Esta produção faz já parte da competição oficial do Lucca Film Festival e sagrou-se vencedora do Serbest International Film Festival, na Moldávia. Considera que é um bom presságio em relação ao que será a receção junto do público?
Acredito que pode ser uma boa forma de despertar o interesse e fazer com que o público português queira valorizar mais as produções nacionais. Mas deveríamos ser sempre nós, portugueses, os primeiros a querer ver o que é nosso, acho que aos poucos vamos melhorando neste sentido.
O Tomás tem estado um pouco mais ausente das novelas e tem dado mais prioridade ao cinema, às séries e ao teatro. É nestas áreas que pretende focar-se enquanto ator? Que planos tem agora para o futuro?
Já há algum tempo que não faço novela, mas porque, felizmente, tem havido muita produção variada noutros formatos. Em relação ao teatro, destaco o espetáculo 'Pulmão', com a Benedita Pereira, encenado pela Ana Nave, que teve bastante sucesso em várias temporadas e ao qual voltarei no início do próximo ano. Para o ano, farei pelo menos três produções de teatro. Estarei também no Teatro da Trindade com outro espetáculo a partir de maio. E também farei uma produção de teatro musical mais para o fim do ano.
Posto isto, terei um ano bastante 'teatral' onde espero, como até aqui, acrescentar outros trabalhos em televisão e cinema, dobragens e locuções... A par disto, gostaria de continuar a fazer mais trabalhos de banda sonora e conciliar a música, que tanto prazer me dá, com a carreira de ator e a vida familiar!
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