Rita Rugeroni e Pedro Ribeiro abriram as portas de casa e acolheram uma mãe com uma filha que fugiram da guerra na Ucrânia.

"Nataliie e Sasha chegaram a nossa casa com uma expressão que misturava extremo cansaço, tristeza, e choque. Fugiram de Kharkiv com o pouco que conseguiram juntar, deixaram o marido/pai lá e vivem cada segundo a sonhar com o reencontro", começou por dizer Pedro Ribeiro numa publicação que fez na sua página de Instagram.

"Ver as notícias com a Natalie, é ver o abstrato do nome daquelas cidades ganhar realidade palpável: 'Neste parque aprendi a andar de bicicleta!' ou 'este é o meu bairro'. Tudo arrasado. Tudo destruído. 'A Sasha esteve um dia inteiro em silêncio, quando os bombardeamentos começaram', contou a mãe. Quando voltou a falar, a primeira coisa que disse foi: 'Mãe, eu não quero morrer'", partilhou de seguida.

"Crime contra a humanidade é isto: comprometer a inocência da infância, para sempre. Os filmes e fotografias da guerra, que ela tem no telemóvel, e nos mostra, não têm descrição possível: horror absurdo. Crueldade absoluta", destacou.

Na mesma publicação, Pedro Ribeiro explicou que neste momento a "prioridade" é "ajudá-los a integrar-se no nosso país e procurar trabalho para a Natalie". "Escola, a Sasha já tem".

Por sua vez, Rita Rugeroni também partilhou uma mensagem na sua página de Instagram.

"Onde cabem oito, cabem sempre mais dois", começou por afirmar, contando que as refugiadas ucranianas chegaram a sua casa na passada quinta-feira.

"Não vos vou aqui fazer um mural de lamentações sobre a vida desta família desde o início da guerra, porque todos nós vemos televisão e lemos notícias para ter uma ideia, ainda que muito distante, do que tem sido o horror destas povo. Quero apenas dizer-vos que elas estão bem e que entre nós, a minha família e amigos estamos a fazer tudo para ajudar a Natasha e a Sasha a começarem uma vida nova", realçou.

"Em três dias a Carminho [filha mais nova de Pedro e Rita] passou de uma perfeita desconhecida para ser a 'sister' da Sasha. Ou pelo menos é assim que ela se refere à minha filha", contou, deixando depois um pedido de ajuda.

"Nunca pedi nada no meu Instagram, graças a Deus nunca precisei, mas hoje preciso que me ajudem a encontrar uma casa para elas morarem. Até lá vão ficar connosco, mas claro que como qualquer pessoa precisam de um sítio onde possam começar uma vida nova. Por isso, se souberem de alguma coisa aqui em Cascais, se conhecerem alguém que tenha uma casa, um apartamento, um estúdio, uma parte da sua própria casa que possa alugar, ceder, fazer um desconto na renda ou qualquer coisa neste sentido, ficar-vos-ei eternamente grata", escreveu.

"Digo em Cascais, porque felizmente já encontramos uma escola para a Sasha, até ao final do ano ela ficará, a custo zero, na sala da Carminho, onde também já está uma outra menina ucraniana. Não lhes falta nada, só uma casa e um trabalho para a Natasha, que era gerente da loja da PUMA em Kharkiv. É aqui que vos peço ajuda, nem que seja um amigo, do amigo, do amigo, que tem uma casa ou um trabalho", detalhou.

"Tenho a certeza de que tudo se vai resolver, mas se cada um puder ajudar, nem que seja um bocadinho, tudo se torna mais fácil. Obrigada do fundo do coração. Se souberem de alguma coisa, não hesitem, por favor", rematou.

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