As câmaras dizem-nos que tem uma voz quente, que é extrovertida, autoconfiante, capaz de contagiar-nos com alegria. Para lá delas, há também um lado reflexivo, doce e generoso pouco conhecido. Encantador. Rita Andreia Martins Pereira, nasceu em Carcavelos, onde ainda residem, a 13 de março de 1982. Atriz, modelo e apresentadora de televisão, já estudou no The Lee Strasberg Institute em Los Angeles e é um dos rostos mais populares das telenovelas da TVI.
Licenciada em Comunicação e Publicidade, fez ballet durante dez anos. Seguiu a representação, onde conta com inúmeras formações. Foi protagonista de várias folhetins televisivos, entre eles «Meu Amor», telenovela que foi galardoada com o International Emmy Award 2011. Adora viajar e não vive sem as duas duas companheiras, as irrequietas cadelas Hyndia e Heyvi.
Entrou nos 30 anos com um sorriso contagiante. O que a faz feliz?
Coisas simples. Faço questão de viver de forma positiva e não sou nada materialista. O mais importante é estar com a minha família, conversar com a minha irmã, tal como quando éramos crianças e adolescentes. Passear as minhas cadelas, jantar com os amigos. Adoro dançar (fiz ballet durante dez anos, depois seguiu-se a dança contemporânea, o R&B e o hip hop. Faço voluntariado desde os oito anos (fui escuteira durante 12 anos) e isso é algo que também me faz muito feliz.
Que ações de voluntariado?
Por exemplo, visito sempre que possível crianças internadas no Hospital Dona Estefânia em Lisboa. Apareço de surpresa ou faço-o quando vou visitar uma amiga. Ao dar aos outros sinto que devolvo a sorte que tive em receber a vida que tenho.
Esse é um lado pouco conhecido de si...
Não costumo divulgar. Não o faço para que seja público, faço-o porque me sinto verdadeiramente bem com isso.
Tem mais de 500 mil fãs no Facebook, já foi protagonista de várias novelas, as notícias sobre si multiplicam-se. Como lida com o stresse provocado pelo mediatismo?
Tenho os melhores pais do mundo e é aí que encontro o meu ponto de equilíbrio. São a minha base absoluta, puxam-me para a terra. As pessoas não fazem ideia do que é ser reconhecido permanentemente. Não existe vida privada. Mesmo que esteja sozinha nunca estou só.
A gestão emocional tem de ser constante…
Tem de se ter uma bagagem emocional sólida para se conseguir gerir todos os aspetos negativos e positivos que a fama envolve. Mas mesmo que naquele dia eu não esteja bem, tenho muito presente que a pessoa que se vai cruzar comigo não tem culpa do que se está a passar e eu, enquanto figura pública, tenho de aprender a lidar com isso.
Que estratégias práticas a ajudam?
Gosto muito de estar sozinha, de refletir e de pensar no que é realmente importante. Não bebo, nem fumo. Caminho, vou jogar básquete ou faço aulas de dança e isso ajuda a libertar-me.
Como são os seus dias para lá do Facebook e das câmaras?
Adoro dormir, mas quando as gravações começam às 8 horas acordo às 6 da manhã. Tenho 25 minutos para almoçar. Nesses dias, depois de gravar cerca de 12 horas, vou treinar ao ginásio, faço aulas de dança contemporânea ou jogo básquete. Tenho um personal trainer com quem treino crossfit. Quando chego a casa estudo os textos das gravações, faço o jantar e vou descansar. Essa rotina implica muita disciplina.
Ter sido escuteira ajudou-a, de alguma forma, nesse capítulo?
Sem dúvida. O escutismo marcou a construção da minha personalidade, a autoconfiança. Por exemplo, sou incapaz de dizer «não consigo», «não faço» ou «não sei para onde vamos». Talvez por isso goste tanto de viajar sozinha, de partir sem hotel definido. Não tenho medo.
Sente uma grande pressão em relação à imagem e ao peso?
Não vivo em função disso. Controlo a evolução do meu peso pela roupa e se engordo não fico em estado de choque. Tento, sim, equilibrar os meus hábitos até porque, para além de ter tendência para ganhar peso, a televisão engorda-nos cinco a sete quilos!
Que cuidados tem?
Sou regrada na alimentação, exceto nas férias. A partir das 18h00 não como hidratos de carbono (pão, massa, arroz) e tento fazer exercício todos os dias. Ando sempre com uma garrafa de água de litro e meio, para não falhar.
Como de tudo um pouco e se tenho um jantar mais generoso entre amigos, nessa altura, não me privo, mas nos dias anteriores tento comer menos para compensar. Tenho a sorte de não gostar de chocolate e de não ligar muito a doces, mas adoro sopa, vegetais e fruta.
Ouvi-a contar num programa que, na infância, tinha vergonha da sua barriga. Superou-a? Como se derrotam os complexos?
Aprendendo que a personalidade tem de ser sempre mais forte do que a aparência. É preciso por em prática medidas saudáveis para cuidarmos de nós, mas é também pelo ângulo psicológico que podemos derrotar os nossos complexos. Não me interessa se tenho uma barriga saliente, quero é que as pessoas me vejam como alguém inteligente, uma pessoa amiga, confiável e que, profissionalmente, faz tudo para ser melhor.
Que cuidados tem com a sua saúde?
Tenho a sorte de ter um sistema imunitário muito forte e raramente adoeço, mas faço um check-up anual. A área mais sensível é a voz. Dada a minha profissão, tenho de ter algum cuidado até porque facilmente fico rouca. Já fiz exames, não posso gritar em concertos, nem estar em locais com fumo. No meu carro e na minha casa ninguém acende um cigarro.
E ao nível da beleza?
Adoro cosméticos e nunca dispenso a aplicação de hidratante de manhã e à noite no corpo e rosto, porque tenho a pele seca. Sempre que possível não uso maquilhagem e quando o faço retiro-a sempre antes de dormir. Para preservar a fibra capilar, penteio o cabelo com cuidado das pontas para a raiz e aplico uma máscara. Para além disso, faço sessões de drenagem linfática manual, de mesoterapia e de intralipoterapia.
Que mensagem deixa às nossas leitoras?
Se estivermos emocionalmente fortes teremos mais resistência para gerir a crise. É importante darmos as mãos, olharmos para o outro e perguntarmos à pessoa que está ao nosso lado se a podemos ajudar.
Texto: Nazaré Tocha com Carlos Ramos (fotografia)
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