Depois de se terem mudado para Portugal em setembro, foi no nosso país onde Miriam Freeland e Roberto Bomtempo passaram esta época festiva com os dois filhos mais novos, mas longe da restante família.

Como têm um casal amigo que também se mudou para Portugal este ano, ambos juntaram-se para celebrar o Natal, como os atores brasileiros contaram em conversa com o Fama ao Minuto.

Mas como é que foram os festejos nos anos anteriores? Que tradições costumam cumprir? "É a união familiar. A minha família é muito grande, acabamos por fazer uma festona... A nossa casa sempre foi um lugar onde nos reunimos todos”, contou Miriam. “Com 30 ou 40 pessoas”, acrescentou de seguida Roberto, ambos com um sorriso rasgados no rosto por lembrarem estes momentos de alegria.

“O Pai Natal vinha sempre a casa. Muitas crianças… Este ano não houve o Pai Natal, fomos só nós”, disse ainda o ator.

Na passagem de ano, o habitual era ter por perto uma praia ou uma cachoeira, mas este ano será muito diferente, não só por causa da pandemia, mas também pela diferença cultural e da temperatura. Enquanto no Brasil vive-se a época mais quente do ano, em Portugal este momento é passado junto à lareira.

Num ano tão atípico, “difícil a nível global", Miriam destacou que ambos se mantiveram unidos através da religião. “Somos praticantes do budismo japonês, um budismo muito humanista, e temos o oratório em casa, as reuniões que eram presenciais passaram a ser por Zoom, cada um na sua casa. Foi muito poderoso perceber, pelo menos para nós que praticamos esta religião, essa conexão de ainda ter fé na humanidade, apesar de tudo o que estamos a viver. Plantar a semente do bem, da fé, da coragem”, realçou.

A pandemia, dizem, “faz-nos pensar como é que vai ser o futuro”. “Pensávamos que ia ser seis meses e isto ia acabar, mas, de repente, está a virar o ano… Claro que esperamos que a vacina venha para melhorar, mas 2020 veio para transformar alguma coisa e temos que estar sensíveis a essa perceção. E cuidar das pessoas, de quem está perto”, acrescentou Miriam, destacando também que “a falta da arte na vida seca o ser humano”.

Por sua vez, Roberto realçou a importância de percebermos que “tudo pode ser mais simples”. “Como faz falta podermos abraçarmos uma pessoa, dar um beijo no rosto. Tenho saudades de abraçar um amigo... No Brasil, estes últimos dois anos foram muito difíceis, antes da pandemia e agora com a pandemia. As emoções muito de extremos, e as pessoas não estão a conseguir dialogar. Entender que as diferenças fazem parte e não é preciso ir para um lado agressivo, violento, por ser diferente”, salientou, frisando que este é um momento de “reflexão”.

“De olhar para dentro... Lógico que é muito cansativo, há alturas que nós queremos romper com as coisas, não é fácil essas limitações todas, mas é um momento muito importante que já ficou para a nossa história. Isto marcou a nossa vida, não sabemos até onde vai, causa medo, terror. O entendimento disso acho que vem mais à frente”, continuou.

E depois de um 2020 “duro”, fica a esperança de 2021 sero ano do abraço, dos afetos que ficaram adiados.

“Que a Covid-19 acabe em todo o mundo. Que a vacina venha e que os seres humanos que têm poder financeiro político não usem a vacina como uma plataforma política nem de corrupção”, disse Roberto, falando sobre os seus desejos para o próximo ano. “Que todas as pessoas tenham direito a essa vacina”, acrescentou Miriam.

“E que venha para acabar com a pandemia. Que no final de 2021 possamos dizer: Aquelaépoca da Covid foi dura. Desejo poder ver as pessoas na rua a abraçarem-se e a beijarem-se, festejar como fizemos tantas vezes nas passagens de ano, no Carnaval, nos estádio de futebol, nos concertos, teatros...”, rematou o ator.

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