José Rodrigues dos Santos esteve esta terça-feira, 16 de novembro, à conversa com Cláudio Ramos e Maria Botelho Moniz durante o programa 'Dois às 10', a propósito do lançamento do seu mais recente livro 'O Jardim dos Animais com Alma'.

"Sentiu algum preconceito na pele de ser o jornalista a lançar romances? As pessoas olharam de lado?", questionou Cláudio.

O convidado revelou-se sincero na sua resposta.

"Em determinados meios, o público em geral não, em determinados meios isso aconteceu e continua a acontecer. É normal", explica.

"Sou publicado em 20 línguas, os meus romances saem e em Portugal quase nunca ninguém faz uma crítica e quando fazem é para falar mal. No estrangeiro estão constantemente a fazer críticas e são sempre para falar bem. Ainda agora publiquei 'O Mágico de Auschwitz' e está a ter um grande impacto na crítica literária no Canadá, Bélgica, Suíça e França. Em Portugal o livro foi publicado e foi um silêncio", lamenta.

"Tem a ver com vários fatores. Inveja normalmente é um fator. O público não tem inveja, mas os pares têm, é um fenómeno normal que temos de compreender e aceitar", sublinha.

"Mas depois há outro aspeto que é: eu sou ma pessoa que não tem ligações com políticos, partidos, existe uma indústria montada da qual não faço parte", refere.

Entretanto, o jornalista dá um exemplo em concreto: "O caso do Miguel Sousa Tavares é muito interessante. Escreveu um livro importantíssimo, que foi o 'Equador' e o primeiro prémio que ele recebeu foi ao fim de dois anos e em Itália. Em Portugal foram incapazes, porque era uma pessoa que não estava no sistema".

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