Cristina Ferreira esteve este sábado no 'Jornal das 8' para partilhar o seu testemunho e opinião no âmbito de uma reportagem sobre o bullying digital. Mais do que falar sobre o seu novo livro - 'Pra Cima de Puta' -, a apresentadora quis com o seu exemplo pessoal apelar a que este tema seja debatido e, principalmente, que passe a ser legislado.
Depois de José Alberto Carvalho ter alertado para o facto de a sua presença naquele espaço informativo em nada estar relacionada com a venda do livro, Cristina fez uma revelação inesperada: "Deixa-me dizer-te já, mesmo que fosse para vender, todas as receitas vão ser entregues a associações que combatem o bullying. Qualquer euro que este livro possa vir a dar não me será entregue a mim, será entregue a quem ao meu lado luta neste momento pela dignidade dos outros", afiança.
Sobre as muitas ofensas de que é alvo nas redes sociais e que são o tema principal deste livro, a diretora de ficção e entretenimento da TVI afirma: "Não são críticas, são injurias, são ofensas, são uma tentativa clara de destruir a minha moral, destruir aquilo que eu sou profissionalmente, destruir aquilo que eu sou pessoalmente".
Cristina Ferreira não tem dúvidas de que o bullying de que é alvo nas redes sociais piorou e muito desde que em julho foi anunciada a sua mudança para a TVI. "A minha passagem da TVI para a SIC não teve nada a ver com a minha passagem da SIC para a TVI", diz, explicando que na sua opinião as pessoas não entenderam a mudança e quais as suas motivações.
"Voltei porque eu senti que era aqui o meu lugar", reforça, uma vez mais.
"Nada do que está aqui me toca, mas tocaria qualquer outra pessoa. Estive seis horas no ar, em nenhum momento estive nervosa, e hoje estou aqui aflita. E estou aflita por uma coisa, é que a mim não me dói, mas tenho muito medo que doa a outras pessoas. E que elas não resistam a isto", afirma, sem conseguir esconder a emoção.
Já de lágrimas nos olhos, Cristina lamenta: "Tem sido muito difícil lidar com uma campanha destrutiva. O meu filho lê todos os dias, o meu pai lê todos os dias, a minha família lê todos os dias... eles sabem a pessoa que têm na família e não é isto".
Por fim, a apresentadora volta a lembrar que o seu livro "não é uma vingança e nem um caso pessoal". "É para que a sociedade possa reflectir sobre ele", diz.
Cristina Ferreira quer que a lei existente passe a ser aplicada nestes casos, que se criem novas leis se necessário. No fundo, que o seu livro "chegue a quem de direito". No caso de isso não acontecer, Cristina promete que será criada em breve uma petição pública para que o bullying digital passe a ser punido.
"Este livro não é meu, este livro é de todos", termina, deixando clara que esta deve ser também uma luta de todos.
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