Gonçalo Peixoto já é um nome conhecido do público e isso muito se deve a figuras como Cristina Ferreira e Rita Pereira. O criador começou a ganhar visibilidade nas redes sociais de algumas famosas, o que fez com que ele próprio, mesmo sem ter essa pretensão, se tornasse igualmente famoso.
Aos poucos conseguiu reunir um grupo de figuras públicas de grande dimensão que usam as suas criações, divulgando-as depois nas redes sociais. É a este núcleo que Gonçalo chama, carinhosamente, 'squad', um conceito muito comum em marcas internacionais.
Aos 25 anos, Gonçalo é um dos jovens criadores portugueses mais requisitados da atualidade mas ainda há muito caminho para desbravar, como confessou numa entrevista exclusiva ao Fama ao Minuto. Na conversa, que aconteceu no evento de lançamento da nova máquina da Delta, Peixoto falou sobre o início da carreira e da importância que algumas figuras públicas tiveram - e ainda têm - no seu percurso.
Como surgiu a vontade de trabalhar na área da moda?
Comecei a estudar moda porque tinha vontade de começar a criar. Gostava muito de ir com a minha mãe às compras e de ajudá-la a vestir-se. Quando comecei a ter de escolher o que fazer no futuro foi muito fácil para mim.
A Rita Pereira foi a primeira grande figura pública que usou as suas criações. Como é que aconteceu essa oportunidade?
Tinha para aí 17 anos quando vesti pela primeira vez a Rita. Mandei-lhe uma mensagem a dizer 'tenho aqui uns looks que gostava de te enviar' e ela respondeu-me 'ok, bora, deixa-me ver isso'. Começou assim uma relação de amizade e ela começou a usar muito a marca, o que a fez ser muito requisitada por outras pessoas que viam o meu nome no Instagram dela. As pessoas começaram a comentar 'quem será este miúdo' e, de um momento para o outro, comecei a aparecer. Acho que conquistei o meu espaço na moda em Portugal e o 'squad' despertou a vontade de quem estava em casa de começar a acompanhar-me e de ver o que eu crio.
Acabam por se tornar parte do 'squad' da marca e, depois de entrarem, tornam-se família
A marca tem dimensões maiores a cada dia que passa. Como isso o faz sentir-se?
Sinto-me muito feliz. Foi um processo longo e já ando aqui há alguns anos. O trabalho vai crescendo, as pessoas vão gostando e vão começando a usar as minhas peças. Tenho muito orgulho e muita vontade de trabalhar para continuar a crescer.
Quando o procuram, como é criada a ligação com essa pessoa?
É tudo muito natural. É diferente de pessoa para pessoa. Acabam por gostar do meu trabalho e continuam a pedir peças para eventos que vão tendo. Acabam por se tornar parte do 'squad' da marca e, depois de entrarem, tornam-se família.
O objetivo do Gonçalo é criar uma comunidade?
Sim, já se criou um 'squad' e estou muito orgulhoso disso. A marca foi pioneira neste conceito, em trazer um grupo de raparigas para assistir aos desfiles e usar a marca. De um momento para o outro as coisas começaram a crescer.
Ouço muito as minhas clientes, mas com as pessoas que não concordam ou não gostam eu lido muito bem. Não podemos gostar todos de amarelo nem podemos agradar a toda a gente
Acha que começa a dar-se mais importância aos criadores que estão por detrás dos looks?
Sim, acho que sim. Estamos a crescer nesse sentido e acho que, hoje em dia, as pessoas que estão por detrás dos looks têm uma maior importância, como prova de reconhecimento, o que é válido.
O facto de as figuras públicas usarem a marca foi fundamental para o aumento da visibilidade...
Sim, claro. A Rita Pereira foi a primeira famosa que usou peças Gonçalo Peixoto e que divulgou a marca enquanto madrinha. É das minhas melhores amigas e sabe a importância que teve, e continua a ter na minha marca e carreira. A Cristina [Ferreira], que veio a seguir, mais recentemente a Mariana Machado... ou seja, pessoas que trouxeram muito peso e importância para a marca e que me ajudaram a pôr o meu nome no 'mapa'.
Quando uma figura pública partilha fotografias de um look há sempre quem adore e quem odeie. Como é para si ler, depois, os comentários e as opiniões das pessoas em relação aos visuais que criou?
É muito bom, eu gosto muito de ouvir. Ouço muito as minhas clientes, mas com as pessoas que não concordam ou não gostam eu lido muito bem. Não podemos gostar todos de amarelo nem podemos agradar a toda a gente. Tento que as pessoas que me rodeiam e que são importantes para mim gostem de vestir a marca. Que se sintam coloridas, sexy, confortáveis e poderosas. Isso é o meu ADN e aquilo que eu quero passar enquanto criador. Acho que estou a fazer um bom trabalho e sinto-me orgulhoso do que faço.
Gostava de me fixar numa cidade e de começar a criar. Gostava de ter, também, a minha própria loja
Ao criar um look para uma figura pública, como gere situações em que preferia que um pormenor fosse de uma determinada maneira mas que a cliente prefere que seja de outra?
Gosto muito de trabalhar com figuras públicas que sabem muito bem aquilo que querem. É muito mais fácil criar. Eu sei que a Rita Pereira não gosta de umas coisas, que a Cristina Ferreira não gosta de outras... Depois é tudo ajustado e falado entre os dois. Não sou nada quadrado nem o tipo de criador que diz 'eu só faço o que gosto e aquilo que quero'. Portugal é, aos poucos, um país que está a consumir cada vez mais moda mas nós, criadores, também temos de nos adaptar. A relação entre mim e a cliente é quase como um casamento e, quando se conversa, chegamos a todo o lado.
Depois de ter conquistado tanto em tão pouco tempo, que passos gostaria de dar no futuro?
Gostava muito de começar a fazer semanas internacionais de moda. Gostava de me fixar numa cidade e de começar a criar. Os anos vão passando e gostava de ter, também, a minha própria loja.
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