Como descobriu o mundo da música?
Sempre estive ligado indirectamente a este mundo. A minha família próxima trabalha nessa área. Lembro-me de em criança ir muitas vezes aos concertos do meu tio e acompanhar o meu pai nos concertos que ele produzia. Pouco a pouco, fui-me interessando pela matéria e acabei por ficar "viciado" em instrumentos, músicas, letras e tudo o que tenha a ver com música. Por volta dos 14 anos, comecei a aprender a tocar viola baixo e dois anos depois aprendi a tocar guitarra. Quando cheguei a Portugal conheci o produtor Pedro Vaz, fiz-lhe chegar umas composições minhas e começámos a trabalhar. Depois de um ano de preparação vocal gravámos os primeiros temas do álbum.
Você é sobrinho de Tony Carreira. Acredita que ter um tio tão popular é um trunfo para a sua própria carreira?
Ter um tio tão popular tanto pode ser um ponto positivo como pode ser negativo. Sei perfeitamente que vou ser comparado com ele e com o Mickael. Mas isso não me assusta. Sei que é normal e tenho a certeza que com o tempo isso vai passar. Preciso de dar a conhecer o meu trabalho às pessoas para elas perceberem que é um estilo completamente diferente.
Sonha em chegar tão longe como os seus familiares?
Para mim, ir tão longe como eles é simplesmente poder viver da música. Para mim, só isso seria fantástico. Ter uma carreira como a do meu tio é um sonho. São poucos os músicos que conseguem uma carreira de sucesso ao longo de tantos anos. Se um dia chegar a ter uma carreira como a dele, poderei dizer que terei alcançado um dos meus sonhos.
Porque decidiu mudar-se de França para Portugal?
Desde pequeno dizia que iria viver em Portugal quando completasse 18 anos. Não sei bem o porquê. Sempre senti que o meu lugar era em Portugal, apesar de nunca ter vivido aqui antes. Os meus pais sempre me criaram com o orgulho de ser português. Aliás, a primeira língua que aprendi a falar foi o português. Acho que a vida aqui tem um sabor diferente. Só o facto de ter o sol de manhã ao acordar e sentir a brisa do mar, é tão bom que é difícil expressar com palavras.
Pede conselhos ao tio Tony?
Falei com ele sobre este meu primeiro álbum. Ele disse-me que podia contar com ele caso precisasse de ajuda. Sei que posso contar com as dicas da sua experiência neste mundo.
"Primeiro Sinal" é o seu álbum de estreia. Como descreve este trabalho?
É um trabalho muito pessoal. Empenhei-me de uma forma tão importante que, para mim, este disco é como uma espécie de espelho que reflecte a minha própria vida. Muitas das músicas e letras deste disco são da minha autoria, escritas ao longo de vários anos de evolução pessoal. Cada tema tem um significado diferente, é um momento da minha vida, emoções que senti na altura em que escrevi. Quem ouvir as minhas músicas acabará por ficar a conhecer uma parte da minha vida.
O que espera dos seus próximos trabalhos?
Espero gravar muitos álbuns e ter muito sucesso com eles! Espero ter sempre a possibilidade de fazer música como eu gosto e como a sinto, porque só assim se consegue transmitir os sentimentos que fazem de simples acordes verdadeiros temas.
Como está a ser a aceitação do público?
Está a ser muito boa. Fiquei muito surpreendido quando recebi os primeiros e-mails, porque não estava à espera de receber feedback sobre este álbum tão rápido, uma vez que só foi editado há duas semanas. Recebi muitas mensagens de pessoas do estrangeiro a dizer que estão ansiosas por me verem cantar ao vivo. É uma sensação fantástica saber que o meu trabalho é reconhecido pelo público, não sou capaz de descrever o que sinto de cada vez que uma pessoa me diz que gosta da minha voz, ou das minhas músicas... mas sei que é uma sensação fantástica!
Quem é o Nelson Ritchie?
É um homem que gosta de viver acima de tudo! Pode rir por qualquer motivo, pode chorar quando está muito triste, gosta de sol, de praia, de um jantar com muitos familiares. Gosta de festas e cinema (vou ao cinema semana sim, semana não) e é um homem muito romântico, mas não se apaixona com facilidade.
O que gosta de fazer?
Viajar, principalmente por Portugal, mas também por França, para matar saudades dos meus amigos. Gosto de sair à noite, de conhecer muitas pessoas diferentes e de aprender todos os dias coisas novas. Gosto de coisas simples que tornam o quotidiano sempre interessante.
Quais são as suas ambições e paixões?
A minha ambição é viver a vida ao máximo, aproveitar cada momento. Poder daqui a uns anos recordar o que vivi e não me arrepender de nada. Quero ter uma grande carreira, conhecer imensos sítios, imensa gente, quero poder viver da música e do contacto com o público. Gostava de sentir um dia, o carinho que uma multidão consegue transmitir a um cantor. Gostava de encontrar um grande amor. Um daqueles à moda antiga!