Foi ao destacar uma campanha de sensibilização para prevenir os maus tratos a crianças que Melânia Gomes decidiu destacar algumas palavras.

"Maus tratos são maus tratos. Uns podem ser visíveis, outros nem tanto e muitos são difíceis de detetar, mas todos deixam marcas para a vida. No entanto, esse peso não tem de ser para a vida toda. Há esperança! Vamos a tempo de ficar bem, de ajudar outros a ficarem bem e de salvar as nossas crianças, com prevenção, atenção e formação", começou por escrever a atriz na sua página de Instagram.

"No concreto, aguardo informações sobre como tudo isto se processa, mas fico feliz por existir um mês dedicado a isto, e desejo que essa preocupação, atenção, prevenção e ajuda se espalhem para todos os meses do ano", acrescentou.

"Acredito que precisamos de uma mudança na lei, uma mudança profunda, uma atuação ao nível da justiça, para que estes casos não se perpetuem impunemente com a conivência do nosso sistema judicial", destacou de seguida.

Na mesma publicação, a atriz recordou a sua entrevista no 'Alta Definição' - onde em conversa com Daniel Oliveira revelou que foi vítima de abuso sexual na infância, "por uma pessoa da família" - e frisou: "Só com formação e prevenção é que vamos lá, e fiquei chocada com a quantidade de mensagens que recebi de profissionais, professores, educadores, que se queixam de não ter qualquer informação sobre estes temas no seu curso. Nenhuma cadeira, nenhuma matéria, nada que os ensine a prevenir, atuar e ajudar casos de abuso sexual na infância".

"É urgente essa mudança, é urgente uma educação sexual adequada e respeitosa para as crianças na escola desde sempre, desde o início da sua vida social, na creche, no jardim de infância. É urgente", frisou.

Melânia Gomes contou que continua a receber mensagens e a ser procurada por pais e confessou que "também sente que este caminho é infelizmente solitário".

"Andamos todos sozinhos a procurar ficarmos bem, a procurar a cura, a procurar informação para podermos atuar... Mas gostava que fosse um trabalho de equipa! Sei que não há cursos para sermos pais, mas assim como há preparação pré-parto, ajuda na amamentação, consultas de rotina e vacinas, esta informação é igualmente valiosa e devia ser partilhada pelo Serviço Nacional de Saúde, como prevenção", continuou.

"Só com uma abordagem comum, inclusivamente ao nível da linguagem, quer em casa, quer nas escolas, quer em consultas a profissionais de saúde, é que vamos lá. Para que não haja espaço para falhas, mentiras, falta de informação e aproveitamento disso por parte desses monstros que abusam da inocência das crianças", rematou.

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