Os noivos, que permaneceram de mãos dadas durante grande parte da cerimónia, pronunciaram os votos matrimoniais diante do arcebispo da Cantuária, Justin Welby, líder espiritual da Igreja Anglicana.

Quando Harry disse "Sim", os gritos de emoção do lado de fora do castelo foram ouvidos na igreja, o que provocou o riso dos convidados.

A rainha Isabel II, avó do noivo, permaneceu serena, enquanto os noivos não esconderam os seus sorrisos.

Após a cerimónia, o casal beijou-se nas escadas da igreja, naquele que foi o momento mais celebrado do dia.

O casamento teve diversos momentos impactantes, como o tocante sermão do bispo americano Michael Curry sobre o amor, que terminou com uma citação ao líder negro dos direitos civis Martin Luther King, e a versão da música "Stand By Me" por um coro de gospel.

"Temos que descobrir o amor, o poder redentor do amor! (...) Irmão, irmã, eu amo-vos!", afirmou o pastor, entre os sorrisos incrédulos de alguns membros da família real.

Nas ruas, a cerimónia foi aprovada pela multidão, com palavras como "magnífico" e "lindo".

Gesto de alívio de Meghan Markle

A cerimónia foi concluída com o hino britânico "God Save the Queen" ("Deus Salve a Rainha"), que a noiva americana cantou, assim como as milhares de pessoas em todo o país.

Depois o casal percorreu as ruas de Windsor numa carruagem Ascot, puxada por quatro cavalos (Milford Haven, Storm, Plymouth e Tyrone), come determina a tradição na família real.

Markle fez um visível gesto de alívio quando a carruagem chegou ao seu destino, o castelo de Windsor, onde, longe dos olhares da imprensa e do público, será organizado o almoço oferecido pela rainha Isabel II.

Harry e Meghan. O casamento real em imagens
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Durante a noite, na mansão Frogmore, o pai do noivo, o príncipe Charles de Gales, oferecerá uma festa que deve receber 200 convidados.

Após a polémica provocada pela ausência do seu pai Thomas Markle, Meghan fez praticamente sozinha o percurso até o altar. Deu o braço ao sogro, o príncipe Charles, apenas nos metros finais.

Desfile de famosos

A noiva usou um vestido simples e elegante, branco de seda, criado pela estilista britânica Clare Waight Keller, diretora artística da maison francesa Givenchy, com decote à barco, manga três quartos e um véu de cinco metros bordado, além de uma tiara de diamantes emprestada pela Rainha.

Harry vestiu o uniforme de gala militar dO seu regimento de cavalaria, o Blues and Royals. O Príncipe chegou a pé à igreja, ao lado do irmão William, que foi seu padrinho de casamento.

O cantor Elton John, a apresentadora de televisão Oprah Winfrey, os atores George Clooney e Idris Elba, o ex-jogador de futebol David Beckham, a tenista Serena Williams e as ex-namoradas de Harry, Chelsy Davy e Cressida Bonas, estavam entre os 600 convidados na capela, que abriga o túmulo de Reis e recebeu neste sábado o 16º casamento real desde 1863.

Neste sábado, a rainha Isabel II nomeou Harry duque de Sussex, conde de Dumbarton e barão de Kilkeel, respectivamente, um título nobiliário inglês, escocês e norte-irlandês, como determina a tradição.

Estímulo à imagem britânica

Nas ruas de todo o país foram organizadas festas, e o dia acabará com a aguardada concessão que permite aos pubs funcionar até mais tarde que o habitual.

O grande dia foi cercado por muitas medidas de segurança no país, que sofreu cinco atentados em 2017, com um balanço de 36 mortos e dezenas de feridos.

Ficou para trás o tempo em que uma divorciada americana - Wallis Simpson, cujo casamento com Eduardo VIII obrigou o monarca a abdicar do trono em 1936, após um breve reinado de 11 meses - provocava abalos numa instituição que comanda a vida do país há muito tempo, com uma breve interrupção no século XVII.

Meghan Markle é a primeira mulher de origem negra na família real na memória de muitos, o que aproxima mais do que nunca o Palácio de Buckingham dos bairros jamaicanos de Londres, onde o matrimónio despertou muito interesse.

O casamento é uma grande operação de relações públicas para a Casa Real britânica, que poderia ter optado pela privacidade que seus jovens membros pedem, mas que preferiu a pompa e circunstância de atrair o máximo de atenção.

Sem o império, com o Brexit no horizonte e um governo britânico que desperta pouca simpatia no mundo, Isabell II e seu clã mantêm a popularidade, como demonstraram as milhares de pessoas de todo o mundo, em particular das ex-colónias, que viajaram até Windsor e cujas bandeiras se misturaram às Union Jacks.