Antes de terminar mais um fim de semana, Cláudio Ramos decidiu recorrer de novo à sua página do Instagram para partilhar mais uma reflexão sobre estes dias em isolamento social voluntário. "É domingo. Acordamos, vamos à janela e afinal não é domingo. É o dia igual a ontem e antes de ontem. Já não há domingos como antigamente. Não escuto barulho de gente na rua, não há carros, não há chapéus de chuva a atropelarem-se nem malas de viagem a arrastar no chão. As mercearias não abrem ao domingo, como não abriram ontem nem antes de ontem", começou por descrever, enumerando algumas das diferenças e as novas rotinas que chegaram por causa da pandemia do novo coronavírus.

"As esplanadas que eram feitas de gente, são feitas de cadeiras amontoadas em cima umas das outras e amarradas como se pudessem sair para sentar alguém. Não há uma buzina ao fundo nem sequer o rádio dos homens da obra. Há silêncio", continuou, confessando estar "assustado" por não saber quando é que a pandemia chega ao fim.

"Há um silêncio que assusta porque não sabemos quando acaba. Do barulho de antigamente não há nada. Hoje, o espaço é ocupado nesta rua pelos pássaros que falam entre si. É o único barulho que se escuta alternado com o dançar dos ramos das árvores ou de folhas que se arrastam no chão. Apuramos o ouvido e continuamos a escutar silêncio. Silencio e, de tempo a tempo, o sino da igreja. Eu gosto de silêncio. Estou acostumado a Ele fora de Lisboa. Mas não gosto deste silêncio. É o silêncio frio e desumano... Vou para dentro. É em casa que teremos de estar. Eu, que não gosto de barulho, acho que nunca pedi tanto, escutar o barulho da rotina misturada com gente, como agora", rematou.

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