Foi com a preciosa ajuda do irmão, Nuno Leite Castro, de 31 anos, com quem tem a melhor relação do mundo, que a apresentadora viu realizado um dos seus sonhos: ver publicado o que os convidados lhe diziam durante as entrevistas no estúdio. Marta Leite Castro escolheu 25 desses momentos e orgulha-se do resultado final. O livro, ”As Conversas da Marta”, foi apresentado no dia 5 de julho, em Lisboa.

Que livro é este, “As Conversas da Marta”?

É um livro que reúne 25 das centenas de entrevistas que fiz para o “Só Visto”. É muito engraçado porque mistura palavras com televisão, devido à inovação tecnológica que temos que permite ver a entrevista através de uma aplicação na internet.

Todas as entrevistas têm uma introdução sobre as particularidades de cada entrevistado. Preparou esses textos para o livro?

Não tenho nenhuma pretensão de ser escritora, apenas quis revelar por palavras aquilo que senti durante a entrevista.

O Prof. Jesualdo Ferreira disse na apresentação que sabe muito bem namorar os entrevistados. É uma sedutora?

Se sou, é natural e espontâneo, e sou com qualquer pessoa: com a minha filha, com os jornalistas, com os meus entrevistados, com os meus amigos…

Apresenta o “Só Visto” desde 2008. Continua apaixonada pelo seu trabalho?

Estou completamente apaixonada e cada vez mais viciada em saber coisas sobre as pessoas. Coisas positivas e construtivas! Vicia porque já entrevistei tanta gente, e tantas vezes, que estou sempre em busca de dados novos.

Quem é que deseja entrevistar?

Em Portugal, de uma maneira ou de outra, todas as pessoas que eu quero entrevistar, tem acontecido e as que faltam já estão programadas. E mesmo quando dizem que Portugal é um país pequeno, há aí muita gente a aparecer e temos é de arriscar e alargar o nosso leque…

E uma figura internacional?

Lá fora tive sorte: já entrevistei Jô Soares e Adriana Calcanhoto, e há pouco tempo o Julio Iglesias! Gostaria de entrevistar a Oprah Winfrey e o Obama e tive pena de nunca ter entrevistado o Papa João Paulo II. Tenho a sorte de não ser fascinada com ícones, as que fiz ao longo da minha vida são as que me predispus fazer e as que deram certo!

Quem escolhe os entrevistados?

Hoje em dia, com a nova coordenação que temos desde Outubro, é um trabalho de equipa. A nossa base é o diretor de produção, mas todos podem dar uma sugestão.

Das 25 pessoas que entrevistou no livro há alguma que a tenha surpreendido especialmente?

Todas me surpreenderam: o Prof. Jesualdo pela calma e simplicidade, o Rui Veloso pelo à vontade e pelo talento, a Helena Sacadura Cabral pela humildade de uma mulher incrível que até tem brevet e foi a primeira mulher a trabalhar no Banco de Portugal, e que, apesar de ter dois filhos na política, não se deixa abater por isso, e o Nilton pelo homem que há por trás do humorista.

Quem são as pessoas mais difíceis de entrevistar?

Os humoristas porque são muito desconcertantes, e os colegas de trabalho porque os conheço bem demais e há coisas que não posso ou não devo dizer.

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A sua filha também é curiosa?

Curiosa e muito atrevida. E depois passa a vida a cantar e a dançar em casa, na rua, em todo o lado. Costumo dizer que não tenho nenhum talento, não canto, não danço, não jogo à bola, mas o meu trabalho dá-me o privilégio de receber esses talentos todos.

A Mia percebe o que a mãe faz?

Percebe, mas o que ela quer é cantar e dançar… É engraçadíssima. Fez seis anos no dia 29 de junho.

Há vontade de continuar a fazer mais coisas na representação?

Há, não há é tempo! Fui abordada para fazer uma coisa muito gira de teatro no início do próximo ano, mas ainda não sei se vou conseguir. Não tem sido falta de vontade ou de oportunidade, é só, e exclusivamente, a falta de tempo.

O programa é muito absorvente?

Ocupa-me muito, mas também faço outras coisas.

Com a agenda tão preenchida ainda sobra tempo para namorar?

Só se for com a minha filha ou com os entrevistados. Graças a Deus tem sido um assunto calmo, porque as pessoas perceberam que eu falo com toda a gente e nunca vou deixar de falar. Terei tido os meus namorados, como é óbvio, quando os tive as pessoas viram, não foram muitos.

Continua amiga do pai da sua filha, o realizador de cinema, Leonel Vieira?

Sempre. Hoje em dia está ao lado do meu pai e do meu irmão, são os homens da minha vida! Mas, de facto, uma mulher realizada com uma filha e os melhores amigos não tem de estar sempre a namorar. Acho que as pessoas já entenderam isso e não é por eu estar no Estoril Open a cumprimentar o meu amigo Tiago Silva Pereira, que namoro com ele!

Quando namora assume sempre?

Claro. Quando tiver um namorado não vou largá-lo, vai andar na minha mãozinha, vai andar comigo e toda a gente vai saber. Não tenho que esconder nada.

Está numa boa fase da vida?

Sim. No início do ano costumo dizer que o meu desejo é a continuidade. O meu objetivo é ter os pés bem assentes na terra e tudo muito bem amarrado já que as minhas coisas são muito bem amarradas por pacotes, por gavetas e por bases. A minha continuidade baseia-se sempre no meu dia a dia e é isso que me motiva.

(Texto: Palmira Correia)