Após o seu desaparecimento, a 8 de Agosto de 2009, Raul Solnado será recordado, uma vez mais, nos dias 17 e 18 de Março, altura em que várias peças de pintura, esculturas e retratos da sua colecção pessoal serão leiloados pelo Palácio Correio Velho, em Lisboa.

Das 67 peças coleccionadas por Raul Soldado, as duas obras mais caras são uma tela de Manuel Amado, pintada a óleo, e um busto do lendário actor português, assinado por Martins Correia, de 1977. A base de licitação será de 4 mil euros por cada uma.

Outros quadros, de artistas como João Perry, José Viana e Júlio César, um desenho a carvão de Graça Morais, um óleo de Júlio Pomar, e uma figura feminina com uma criança de Luís Pinto Coelho, fazem parte do Solnado apreciador de arte. Diversas caricaturas e retratos vão estar, também, disponíveis para irem a leilão.

O dinheiro angariado no leilão da colecção particular de Raul Solnado destina-se à criação de uma escola de teatro e artes cénicas, e a um museu com o nome do actor.

No evento, denominado "Leilão de Arte Moderna e Contemporânea", serão ainda licitadas peças de colecção da actriz e encenadora Amélia Rey Colaço, falecida em 1990, e um óleo sobre papel de Joaquim Rodrigo,  "Memórias IV", com licitação mínima de 30 mil euros. Almada Negreiros, Costa Pinheiro, Eduardo Batarda, Graça Morais, Malangatana, Nadir Afonso, Vieira da Silva, Siza Vieira e Stuart de Carvalhais são outros autores representados no leilão.

Nas bancas, encontra-se a edição especial "Façam o Favor de Ser Felizes", a mítica frase de Solnado. É um CD que compila canções, referências ao programa de televisão "Zip-Zip", os monólogos e rábulas do actor, entrevistas com o mesmo gravadas entre 1962 e 1972, o seu trabalho no teatro e na TV de 1958 a 1983, e, ainda, um texto da jornalista e escritora Leonor Xavier, biógrafa que acompanhou Raul Solnado até ao fim da vida, bem como as palavras de David Mourão-Ferreira, escritor e poeta luso também já falecido.

As receitas da venda do disco revertem, parcialmente, para a Casa do Artista, - sociedade de apoio aos artistas que Solnado fundou com o amigo Armando Cortez - da qual foi director até ao seu último dia de vida.

(Texto: Joana Tavares da Silva)