Única e reveladora, são estes os melhores adjetivos para descrever a entrevista que esta terça-feira Tânia Ribas de Oliveira fez a José Carlos Malato. O apresentador esteve no programa 'A Nossa Tarde, da RTP, para pela primeira vez falar publicamente sobre a sua orientação sexual e sobre o bullying que marcou a sua vida.

À “infância extraordinária” rodeada de uma família muito unida seguiu-se o início de uma adolescência muito complicada. “Passeio logo a partir do início do quinto ano a ser discriminado”, conta Malato.

“Comecei a ser agredido verbalmente. Chamavam-me nomes como maricas ou paneleiro, lamenta, lembrando que tinha apenas 10 anos quando o bullying começou.

“Comecei a ter medo de ir à escola. Tinha vómitos quando me aproximava”, diz ainda, realçando que os maus-tratos que sofreu na escola apenas deixaram de o afetar quando resolveu assumir que era um rapaz diferentes dos colegas.

"Chegado à adolescência e à idade adulta eu comecei a perceber que de facto era maricas. E isso ao invés de me fazer ter vontade de fazer mal a mim próprio, eu comecei a desenvolver um certo orgulho", afirma.

O apresentador da RTP realça ainda o apoio que sempre teve por parte de toda a família, com a exceção do pai, muito conservador, e da mãe, devido ao facto de ser testemunha Jeová. Aliás, a irmã, que o surpreendeu em direto com um telefonema, foi desde sempre o seu grande apoio.

Reveja aqui as suas palavras.

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