O velório do ator Joaquim Rosa, falecido na quarta-feira, em Lisboa, aos 89 anos, realiza-se hoje, a partir das 18 horas, na igreja de Santa Joana Princesa, em Lisboa, informou a Casa do Artista.

Na sexta-feira, pelas 16 horas, será celebrada missa de corpo presente, na igreja do Complexo Paroquial de Santa Joana Princesa, à avenida dos Estados Unidos da América, seguindo-se o funeral para o cemitério do Alto de S. João, onde, pelas 17 horas, se realiza a cerimónia de cremação, disse à Lusa a mesma fonte.

Joaquim Rosa nasceu em Évora, a 06 de junho de 1926, frequentou o Conservatório Nacional, tendo recebido o respetivo prémio do Curso de Arte de Representar.

Ao longo da carreira fez parte de cerca de 20 companhias de teatro, tendo a mais recente sido a dirigida por Filipe la Feria, onde participou em 'My fair lady' e 'A casa do lado'.

Joaquim Rosa recebeu o Prémio do Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo (SNI), em 1965, pela interpretação na peça 'Tomás More', de William Shakespeare, e, em 1967, foi-lhe entregue o Prémio Eduardo Brazão, pela sua interpretação em 'Família Sam', de Peter Ustinov.

Em 1970, foi distinguido pelo conjunto da sua atividade, pelo Teatro Estúdio de Lisboa (TEL), do qual fez parte de 1964 a 1984, tendo trabalhado com a encenadora Luzia Maria Martins.

O ator foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, onde realizou uma formação em teatro.

Segundo o Centro de Estudos de Teatro, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Joaquim Rosa participou em mais de 60 peças, tendo feito parte, entre outras, na década de 1950, das companhias Teatro para Todos, Teatro D'Arte de Lisboa, Os Seis Novos, Teatro Nacional Popular e Teatro do Povo, onde foi dirigido por Francisco Ribeiro (Ribeirinho).

Na década de 1960, além do TEL, fez parte da Companhia Nacional de Teatro.

Na década seguinte, Joaquim Rosa pertenceu aos elencos de companhias como a Bloco-Companhia de Teatro Livre, Casa da Comédia, Companhia do Teatro Municipal de S. Luíz, onde contracenou com Alberto Villar e Madalena Sotto em 'A salvação do mundo'.

Fez igualmente parte das companhias de Rafael d'Oliveira, da Empresa Vasco Morgado, e, em 1975, foi um dos fundadores do Centro Dramático de Évora (Cendrev), tendo entrado na peça inaugural, 'A noite de 28 de setembro', encenada por Richard Demarcy.

Joaquim Rosa participou também em espetáculos levados à cena pelo Grupo Teatro Hoje, o Novo Grupo/Teatro Aberto, o Teatro de Todos os Tempos-Companhia Vicentina e pelo Teatro Nacional D. Maria II.

Foi o caso de 'As fúrias', de Agustina Bessa-Luís, em 1994, numa encenação de La Feria, em que contracenou, entre outros, com Paula Mora, Lia Gama e São José Lapa.

Paralelamente, trabalhou em cinema e televisão. No cinema foi 'Padre Alves', em 'Manhã Submersa' (1980), de Lauro António, e, na televisão, participou em várias séries como 'Um táxi na cidade', 'Claxon', 'Processo de Camilo', 'A viúva do enforcado' e 'Médico de família', tendo contracenado com Alda Pinto, falecida em 2013.

Fez igualmente parte do enredo das telenovelas 'A banqueira do Povo', com atores como Eunice Muñoz, Raul Solnado, Curado Ribeiro, Carmen Dolores, Diogo Infante e Alexandra Lencastre, e 'Flor do mar', ao lado de Sofia Alves, Rogério Samora, Nuno Homem de Sá e Helena Isabel, entre outros.