Sem editora e apenas com a ajuda da Internet... Considera que o seu sucesso é um golpe de sorte ou uma nova tendência do mercado?
É de certeza uma nova tendência do mercado. A Internet hoje em dia é uma ferramenta super-útil, importante e divertida para divulgar trabalhos. Acho que a sociedade vai percebendo isso cada vez mais!
Quando vai lançar o seu primeiro álbum?
Na verdade, estou a trabalhar em simultâneo em dois álbuns. Um é acústico e quero que esteja pronto antes do Natal, mas não sei se vou conseguir ter tudo pronto a tempo. O meu álbum de estreia é só para 2009.
Serão produções independentes?
Sim. Trabalho em conjunto com o meu produtor para o álbum, mas em termos de editora, sou totalmente independente.
Teve muitas propostas de editoras discográficas e agências que gostariam de a ter nos seus catálogos?
Sim, tive algumas. Recusei porque estou bem nesta rota, neste caminho. Sinto-me bem com o ritmo das coisas e sigo a minha vida passo-a-passo. Claro que isto não quer dizer que no futuro não vá assinar um contrato. Tudo depende do estado das coisas e onde eu estiver!
É a primeira cantora que tem músicas conhecidas e a passar nas rádios sem nem sequer ter um álbum. Contava chegar tão longe quando pôs os seus vídeos na Internet?
Quando pus os vídeos no YouTube, não sabia muito bem o que esperar! Não pensei lá muito nisso, simplesmente fiz. Agora estou super-contente com o caminho que escolhi e agradeço imenso aos fãs e à minha equipa espalhada pelo mundo por terem ajudado a divulgar as minhas músicas.
De quem foi a ideia de usar a Internet para divulgar as suas músicas?
Estava em casa com uma das minhas melhores amigas, a Mia. Ela contou-me que tinha posto alguns vídeos seus a cantar na net. Ela sugeriu-me que eu fizesse o mesmo. Pensámos num nome artístico e assim nasceu o canal Ana Free no YouTube.
Como acha que o seu trabalho começou a ser conhecido entre os usuários da Internet?
Acho que foi pelo "boca-a-boca". É uma técnica super-poderosa! Mas acho que a fácil divulgação também teve muito a ver com o estilo das músicas e as escolhas de "covers" que fiz.
E as próximas canções? Tenciona pô-las primeiro na net e só depois lançá-las em álbum?
Quero manter o que tenho feito, por isso, muitas das músicas que vão para o álbum já estão a circular na net. O disco vai ser uma mistura de clássicos, os mais vistos na net, com umas escolhas minhas. À medida que eu for criando novas canções, elas vão aparecer primeiro... no YouTube, como é natural e como sempre fiz.
Como era a sua vida antes desta reviravolta?
Era mais ou menos igual ao que é agora. Claro que já aprendi bastante com o mundo da música: a viver na estrada, a aguentar a pressão do espectáculo e habituar-me a estar numa cidade diferente todos os dias. Apesar disso, continuo a ser a pessoa que sempre fui - talvez um pouco mais ocupada...
Nasceu e cresceu em Portugal, mas passou os últimos anos em Inglaterra. Vai continuar a viver em Londres?
Tirei o curso de Economia em Inglaterra e então já estou habituada à vida inglesa. Vou, por isso, continuar a viver em Londres. Adoro Inglaterra e vou aproveitar para lançar a minha carreira lá em 2009, quando o meu álbum estiver pronto.
O que os seus pais acham deste seu sucesso?
A maior parte da minha família está em Portugal e os meus pais sempre foram uma força, uma protecção positiva. Estiveram sempre a encorajar-me a seguir em frente com o meu processo criativo. Mas, ao mesmo tempo, estiveram a alertar-me sobre toda esta projecção pública.
Qual das duas carreiras (economia ou música) vai levar mesmo a sério?
Adorava conciliar as duas. Por enquanto, quero seguir música a 200 por cento. Sei que o meu curso já me ajudou imenso e que vai sempre estar presente quando tiver de tomar decisões difíceis. Tirar um curso superior foi uma das melhores decisões que tomei na vida.
Se não fosse cantora, como imaginava a sua vida nesta fase?
Talvez estivesse a estagiar algures na União Europeia ou a trabalhar em conjunto com as Nações Unidas!