O movimento O MAIOR SORRISO DO MUNDO nasce em 2013 para reforçar esta mensagem e representa alegria, amor, saúde e bem-estar.

Figuras públicas e empreendedores aderiram à causa e partilharam os seus testemunhos. Conheça a história de Aldo Lima.

O que é que te faz sorrir?

Aldo Lima: Momentos.

Aquilo que te faz sorrir é o mesmo que te faz feliz?

Aldo Lima: Eu não sou muito exigente. Para rir à gargalhada é que já sou muito exigente. Sorrir é uma forma de estar.

Ris de ti próprio?

Aldo Lima: Claro. Eu não escolhi esta profissão. A profissão é que me escolheu a mim. Acabou por acontecer porque eu já era assim. Depois percebi que me pagavam por causa disso.

Achas que o sorriso é uma ferramenta?

Aldo Lima: Pode ser uma ferramenta, pode ser uma defesa. Se for um sorriso sincero é o espelho da alma. Se for uma ferramenta não é honesto. Eu não o utilizo para esse efeito.

Há alguma coisa que te faça perder o sorriso?

Aldo Lima: Quando as coisas não estão bem. Eu posso estar a sorrir por dentro e não ter um sorriso no rosto. E como sou muito reservado, não ando sempre a rir.

Como é que te descreves?

Aldo Lima: Sou muito reservado na minha vida pessoal e social e sou muito tímido. Sou sarcástico no humor.

Achas que és uma das pessoas que provoca mais sorrisos em Portugal?

Aldo Lima: A partir do momento em que sou comediante, dou espectáculos que estão cheios e as pessoas reconhecem-me é porque sou um dos que faço rir em Portugal.

Qual foi o trabalho que mais te marcou pela positiva?

Aldo Lima: Não tenho nenhum que me tenha marcado pela negativa. Pela negativa também só me aborreço com questões técnicas, um microfone que não funciona, por exemplo, de resto sempre pela positiva. Faço aquilo que realmente gosto.

O Levanta-te e Ri foi importante na tua carreira?

Aldo Lima: Foi para a minha e para o consumo de humor em Portugal, abriu janelas. O stand-up comedy é muito pedagógico porque os temas são muito variados, chega a ser informativo.

Achas que o sorriso é fundamental para o bem-estar?

Aldo Lima: Claro e até há estudos e terapias sobre isso. O humor e o sorriso ajudam imenso as pessoas que passaram por problemas de saúde, por exemplo. Felizmente já me disseram que com o meu trabalho enquanto humorista estava a ajudar alguém a recuperar de alguma situação e isso é muito bom, acho que é dos melhores elogios que já me fizeram.

Um dos teus vídeos, “A Tourada”, tem quase 1 milhão de visualizações. Como é que se conseguiste que se tornasse um fenómeno?

Aldo Lima: Não sei. Posso fazer várias coisas depois disso que até acho melhor, mas aquela é a que as pessoas acham melhor. E engraçado, tem um duplo significado. Pode ser visto como uma analogia, com uma brincadeira com as touradas. Via os forcados a saltar e achava que era injusto, que eram os mais fracos. Ninguém falava neles, e eu achava que eles é que eram importantes, sempre gostei de estar do lado dos mais desprotegidos.

Porquê?

Aldo Lima: Não sei. Sou assim desde miúdo, quando via um jogo na televisão, estava sempre a torcer pela equipa de futebol mais fraca.

Qual a maior adversidade pela qual já passaste?

Aldo Lima: A perda de amigos e familiares e quando estive no hospital em 2005, porque só estive uma vez na minha vida. Quando tive um pneumotórax foi uma grande adversidade.

Quando perdi o meu avô José, que era como se fosse meu pai, foi uma adversidade. Foi uma perda até pela pessoa que era, pelos seus princípios, da idoneidade, era boa pessoa. Outra pessoa que perdi e que custou imenso foi o meu amigo António Feio.

Como é que se ultrapassa isso?

Aldo Lima: Ultrapassar, não sei. Não havia nada a fazer, ele preparou-nos para isso. Tenho saudades, é normal.

O que é te falta fazer?

Aldo Lima: Faltam-me fazer mais 50 anos. Tenho um hobbie que é fazer música, toco guitarra, mas apenas as músicas que invento. Se ficar alguma destas coisas também com o humor, é óptimo.

Às vezes vou para um estúdio com o Francisco Menezes, que canta muito bem e damos uns toques de bateria. Gosto de fazer teatro, que experimentei a primeira vez há dois anos. Falta-me tirar a carta, se isso acontecer nos próximos 50 anos já me dou por satisfeito.

Mafalda Agante

Associação Sorrir