"Por onde tem andado? Ainda canta? Porque não a vemos? Mudou-se pra Espanha? Ainda é viva?". Estas são algumas questões com que Dulce Pontes tem vindo a ser confrontada nos últimos anos, tendo decidido, finalmente, dar-lhes resposta.
A cantora recorreu ao Instagram para o efeito e aproveitou ainda para fazer uma reflexão sobre a sua longa - e bem sucedida - carreira.
"Estas e outras questões, todas elas válidas e naturais, têm sido uma constante ao longo de algum tempo, por uma percentagem significativa de público que é "alimentado" exclusivamente pelos meios de comunicação em Portugal, meios esses que correspondem a determinadas facções e interesses, sendo certo que as excepções à regra são muito poucas. Nada contra (o tempo tudo coloca em seu devido lugar) e absolutamente nada a favor. Não alinho e não tenho pena nenhuma. Qualquer pessoa mais atenta consegue perceber e entender isto muito claramente", começou por escrever a artista, atualmente com 54 anos.
"'Senhores do bolo': caso ainda não tenham percebido, existe muita gente que, mesmo sem discernir as complexidades deste sistema medíocre e tendencioso, percebe e sente que alguma coisa está muito errada. (Queridas pessoas, não percam tempo nesse tipo de discernimento e não se macem nem se perturbem). Infelizmente não sou caso único, antes fora...a história tem-se repetido ao longo dos anos...", acrescentou Dulce Pontes.
A cantora sublinhou ainda que "não é possível tapar o sol com a peneira, nem apagar o que está escrito, nem o que foi feito e construído, nem o tempo e nem a obra". "Não é possível e até me chega a fazer pena e graça o ponto a que chegam na infinita tentativa orquestrada, no fim sempre falhada, de deturpação, omissão, substituição e outras coisas acabadas em ão. Quanta solidão acompanhada, será sempre em vão", escreveu também a artista, esclarecendo que não está "zangada" e que até "agradece".
"Tudo o que consegui é merecido e fruto de trabalho árduo e contínuo. Nunca dependi de capelas para nada. São só 35 anos de música e caminho, de estrada, de amor verdadeiro, de vida, de entrega, de entreajuda, de aprendizagem, de sonho e de utopia. De abraços apertados, de voos partilhados, de sementes germinadas, de mares e céus infinitos, de pura poesia e de verdade. O resto fica no resto porque de resto não passa. Quando eu morrer não toquem os tambores: ainda vão ter de levar comigo pelo menos por mais 35", concluiu a cantora.
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