Depois do primeiro, «Yves Saint Laurent» de Jalil Lespert, lançado em Portugal a 19 de junho de 2014, o segundo filme deste ano sobre o criador chegou, aprovado pela crítica internacional, às salas de cinema portuguesas menos de seis meses depois, a 13 de novembro. O filme «Saint Laurent» estreou em Cannes envolto em polémica por não ter sido autorizado por Pierre Bergé, companheiro de Yves Saint Laurent, que deu todo o seu apoio ao biopic de Jalil Lespert, lançado internacionalmente no início do ano. No entanto, a crítica adorou-o, contrariamente ao que tinha acontecido a este último.
O jornal L'Express, por exemplo, realça a direção magistral de cinema de Bertand Bornello, o realizador, que se centrou no período entre 1967 e 1976, anos emblemáticos para a carreira do estilista e conturbados a nível pessoal, como se veio a verificar desde o dia 13 de novembro nas salas de cinema de todo o país. Quem apenas conhece o lado glamoroso dos desfiles Yves Saint Laurent, desconhece por completo o seu lado mais sombrio. O das depressões e dos excessos, tendo sido este o que mais fascinou Bertand Bordello.
«Com Yves Saint Laurent, temos uma verdadeira personagem romanesca, bastante louca. O lado visual, luxuoso, flamejante é evidente neste destino fora das normas», salientou na estreia, no Festival de Cannes. Sexo, drogas e noitadas fizeram parte da vida do designer, tal como os tecidos, a criatividade e a genialidade, que aos 21 anos, o levou a ser escolhido para a direção criativa da Casa Dior. Quatro anos depois, saiu para fundar a sua própria grife com a qual viria a marcar a moda de uma forma ímpar até 2002, ano em que se retirou.
O legado surpreendente
Atrás de si, deixou um legado de androginia e de adaptação, de alta costura e de pronto a vestir, popularizado por ele com o lançamento de uma segunda linha e uma nova loja, a Rive Gauche. Bertrand Bonello assegura que este é um filme biográfico e sente-se orgulhoso de «de ter tido a liberdade de fazer a longa-metragem» que queria sem imposições da Fundação Pierre Bergé-Yves Saint Laurent. Para os principais papéis o realizador escolheu Gaspard Ulliel, que faz as vezes de Yves Saint Laurent e ficou conhecido por ser o jovem Hannibal no filme «Hannibal - A Origem do Mal».
Os restantes papéis são interpretados por Jérémie Rénier, protagonista de «My way», filme biográfico sobre o cantor Claude François, na pele de Pierre Bergé, que surge com Louis Garrel, Jacques Bascher, o louco amante de Yves Saint Laurent, conhecido do público português de filmes como «Em Paris», «Os Bem-Amados», «Minha Mãe» e «Os Sonhadores». Esta é uma película cujo ritmo narrativo é dado pelas loucuras e fragilidades do criador, um homem de paradoxos que ficou para a história. Em Yves Saint Laurent, o designer foi interpretado pelo ator Pierre Niney.
O ditador de tendências
Vários estilos e peças marcam a carreira do criador que faz da sigla YSL um dos grandes ícones da moda mundial:
- O estilo beatnick
- Smoking para mulheres
- Casacos safari
- Calças justas
- Botas altas
Texto: Rita Caetano
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