Tem quatro dias de férias e anda com (muita) vontade viajar para um destino diferente do habitual? Tente Nantes! Muito plana, sedutora e segura, a sexta maior urbe de França, que nos últimos anos soube reinventar-se de forma surpreendente, pede para ser tranquilamente percorrida a pé. Nesta cidade, não precisa de mapas. Uma linha verde desenhada pela empresa de promoção turística Le Voyage à Nantes conduz os visitantes às principais atrações turísticas, que não são poucas.

O castelo dos duques de Bretanha, que visto de fora parece uma fortaleza militar e observado do pátio interior se assemelha a um palácio romântico, é um dos muitos pontos de passagem do trajeto. Deambulando por ruas pitorescas, a linha verde conduz, depois, os turistas até à Passage Pommeraye. A imponente galeria comercial, edificada entre 1840 e 1843, é famosa pelas lojas antigas que ainda abriga e pelas esculturas renascentistas que transportam os que por lá passam para um museu.

Uma cidade a descobrir o quanto (N)antes
Uma cidade a descobrir o quanto (N)antes
Ver artigo

Para além da imponente catedral gótica, que demorou 457 anos a ser concluída e foi incendiada em 2020, são vários os espaços museológicos que os turistas podem visitar. Le Lieu Unique, uma antiga fábrica de bolachas hoje convertida num (animado) centro cultural, é outro dos pontos de passagem incontornáveis, tal como a ilha da cidade, onde outrora funcionaram os estaleiros navais que permitiram com que Nantes se desenvolvesse. Depois de décadas de abandono, foi convertida num polo de inovação e experimentação que atrai curiosos de todo o mundo.

É lá que podem ser admirados os edifícios mais extravagantes da terra natal do escritor francês Jules Verne e também Les Machines de l'Île, o complexo que reúne as oficinas de construção de animais articulados e que abriga o famoso elefante mecânico, uma das imagens de marca da cidade. O carrossel dos monstros marinhos, com algumas das mais extravagantes criaturas mitológicas que ocupam as páginas do emocionante livro "Vinte mil léguas submarinas", fica mesmo ali ao lado.

Nantes, com voos diretos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal a partir de 26 €, com a companhia área Transavia, precisa de tempo para ser (re)descoberta. Mas, não o tendo, um dia é suficiente para ficar com uma ideia do (muito) que há para ver. Depois, é tempo de mudar de cenário(s). A 226 quilómetros pelas autoestradas A8 e A10, pouco mais de duas horas de carro, o parque de diversões Futuroscope e Poitiers, capital da Viena, compõem um triângulo animado e imperdível. É para lá que deve seguir.

Organize-se para chegar à cidade dos 100 sinos ao fim da tarde. Aproveite para jantar e para, ao cair da noite, admirar as belezas do centro histórico do sítio que enamorou a tribo celta que habitava a região antes da invasão romana, os pictões. Depois, rume em direção ao segundo maior parque de diversões de França. Inaugurado no fim de abril de 2022, o hotel Station Cosmos, inspirado numa estação espacial, é o melhor sítio para pernoitar antes de uma visita ao Futuroscope.

Apesar de existirem unidades hoteleiras de diferentes tipologias no parque, o Station Cosmos, que também integra um restaurante e um bar, é o primeiro hotel temático do popular recinto de diversões. O ideal é ir para a cama cedo para, no dia seguinte, entrar no Futuroscope logo aquando da abertura, porque, se não tiver a possibilidade de prolongar a estadia, o dia promete ser (muito) longo. As atrações são muitas e variadas e há quem se entusiasme ao ponto de as querer repetir.

5 atrações futuristas imperdíveis
5 atrações futuristas imperdíveis
Ver artigo

Para além de viajar numa montanha-russa que desafia a gravidade, os visitantes têm a possibilidade de participar em corridas de automóveis, de caçar tornados, de dançar com robôs, de sobrevoar algumas das mais belas e distantes paisagens do mundo, de saborear uma bebida a 35 metros de altura com os pés suspensos, de percorrer um labirinto subterrâneo no dorso de um inseto na companhia de algumas das personagens da saga "Artur e os Minimeus" e ainda de acompanhar (de muito perto) as desventuras de um francês que adormece no comboio e tenta chegar a horas à igreja no dia do casamento.

Ver o mundo pelos olhos do astronauta francês Thomas Pesquet, experimentar escorregas gigantes, andar em bicicletas aquáticas com as rodas sobredimensionadas, fazer batalhas de água em barcos mecânicos, observar as movimentações do espaço num planetário futurista ou, mediante um pagamento extra, sentir na pele o que vivenciam as pessoas cegas são outras das experiências. O dia termina com um espetáculo de luz e som com vista para o lago.

Futuroscope

No dia seguinte, (também) não há tempo a perder. Feitas as malas, é tempo de rumar ao centro histórico de Poitiers para uma visita rápida. Classificada como monumento histórico desde 1840, a igreja de Notre-Dame-la-Grande de Poitiers é um dos pontos de paragem obrigatória. Os vestígios de frescos romanos descobertos nas últimas décadas merecem uma observação atenta, tal como a catedral da cidade, localizada a 750 metros. É lá que pode admirar um dos vitrais mais antigos do mundo.

A sala dos passos perdidos do Palais de Justice de Poitiers e a Place de la Liberte, onde é visível uma cópia mais pequena da estátua da Liberdade, que os franceses ofereceram aos norte-americanos, também devem integrar o roteiro. Além do Musée Sainte-Croix, não deixe também de procurar o TAP - Théâtre Auditorium de Poitiers, o centro cultural que o arquiteto português João Luis Carrilho da Graça projetou para o município, inaugurado em 2008. Mas não se atrase no regresso a Nantes...