Nos últimos anos, tem havido um acréscimo do número de viagens para destinos internacionais, seja por motivos profissionais ou por lazer, o que aumenta a probabilidade de propagação das doenças transmissíveis.
Uma das formas de prevenir a exposição a doenças transmissíveis é através da marcação atempada de uma consulta de saúde do viajante. Deve fazê-lo sempre que pretenda viajar para fora da Europa, quatro a seis semanas antes da data prevista da viagem.
Nesta consulta obterá aconselhamento sobre as medidas preventivas a adotar antes, durante e depois da viagem, designadamente em termos de vacinação, assistência médica no país de destino e medicação que deve levar consigo.
Doenças mais comuns
As doenças e outros incómodos de saúde mais comuns são muito
variáveis, dependendo do local de destino e das épocas do ano em que se
viaja. «A mais frequente é a diarreia mas, se falarmos em gravidade, a
infecão que levanta mais preocupação, dada a sua prevalência global, é a
malária», diz-nos Fernando Maltez, diretor do serviço de Doenças
Infecciosas, do Hospital de Curry Cabral, em Lisboa.
Outras existem que requerem igualmente prevenção, mas são mais
restritas a certas regiões geográficas, como por exemplo, a
febre amarela ou a encefalite japonesa. A diarreia constitui um risco
para qualquer pessoa que viaje, sobretudo para indivíduos de países
industrializados que se desloquem para regiões subdesenvolvidas.
«É uma das situações mais frequentes, associada às más condições
sanitárias e de higiene alimentar. Não é habitualmente grave e em regra
dura poucos dias, mas é incómoda e pode estragar a viagem a qualquer um.
Recomenda-se que os viajantes tenham muito cuidado com o que comem e bebem», reforça Fernando Maltez.
Nesse sentido, aconselha-se que as pessoas evitem saladas e fruta
com casca. Devem optar por água engarrafada e ter em atenção os cubos
de gelo nas bebidas, que são feitos a partir de água canalizada. «Os
viajantes levam normalmente medicamentos para utilizar caso este
problema surja e até terem um médico para consultar», salienta o
especialista.
Cuidados médicos no estrangeiro
E se adoecer durante a viagem? O Cartão Europeu de Seguro de Doença permite a qualquer cidadão europeu beneficiar de assistência médica durante a estadia temporária em qualquer um dos estados aderentes.
O cartão garante o mesmo acesso aos cuidados de saúde do setor público que os cidadãos do país que está a visitar (nos 31 Estados da União Europeia, nos países do Espaço Económico Europeu e na Suíça). A conta é debitada ao nosso país e o utente já não tem de se preocupar mais com isso.
«É um cartão de fácil acesso que beneficia também os familiares do segurado, estejam no ativo ou não. A sua solicitação requer alguma antecedência pois a emissão pode demorar um pouco», esclarece Fernando Maltez. Pode solicitá-lo no site da Segurança Social, junto do seu subsistema de saúde (por exemplo, a ADSE ) e nas Lojas do Cidadão de Portugal Continental. Nas Regiões Autónomas, deve dirigir-se aos serviços dos Centros de Prestações Pecuniárias (Açores) e aos serviços do Centro de Segurança Social (Madeira). Para quem não tem este cartão, aconselha-se a subscrição de um seguro de saúde que possa ser utilizado no estrangeiro, para cobrir qualquer circunstância.
Prevenir para melhor viajar
Marque uma consulta do viajante com antecedência e leve sempre o seu boletim de vacinação para que o médico possa conferir que vacinas tem e quais deve levar, consoante o destino a visitar.
Estas são algumas recomendações que deve seguir quando em viagem:
- Tenha cuidado com a exposição solar excessiva.
- Assegure também uma ingestão adequada de líquidos.
- Deve evitar os horários entre as 11h00 e as 16h00 e usar um vestuário que cubra mais o corpo, óculos de sol e chapéu de aba larga.
- Reaplique o protetor solar de duas em duas horas e após cada banho, sobretudo nas crianças e nas zonas do corpo mais descobertas. Mantenha esta precaução mesmo dentro de água, porque o sol chega a mais de um metro de profundidade.
- Evite comportamentos que possam assustar ou a ameaçar os animais e o contacto direto com animais domésticos, como cães e gatos, em áreas onde possa existir raiva.
- Depois de viajar, recorra novamente à consulta, sobretudo se é doente crónico.
- Se adoeceu durante a viagem, nas três semanas seguintes ao regresso ou se esteve mais do que três meses num país em vias de desenvolvimento.
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