São várias as preocupações que podem surgir quanto ao que se pode encontrar em regiões mais quentes, húmidas, pobres e com dificuldades no controlo de problemas de saúde pública, sobretudo os relacionados com doenças transmissíveis.

Moçambique é um dos destinos que pode levantar este tipo de questões. É um país fabuloso, na beleza natural como na simpatia e afabilidade das pessoas, e tem todas as condições para umas férias inesquecíveis.

No entanto, existem realmente riscos, uns idênticos, outros bem diferentes dos que existem na Europa.

Estradas e água

Em Moçambique conduz-se pela esquerda, pelo que deve ter o maior cuidado ao atravessar a rua (olhar primeiro para a direita, ao contrário do que faz na Europa continental) e, se vai conduzir, a máxima concentração e atenção. Tal como na Europa, nas principais cidades existem zonas problemáticas. Este risco é minimizado obtendo informação junto do hotel ou serviços de segurança.

Cumpra escrupulosamente as indicações, respeitando horários (a noite é sempre mais perigosa) e locais. Nas zonas rurais não há qualquer controlo da qualidade da água e, nas urbanas, como Maputo, mesmo que ela seja corretamente tratada na origem, não há garantias de que chegue ao consumidor final sem contaminações. Há o risco de qualquer alimento cru, mesmo lavado com esta água da torneira, poder estar contaminado, pelo que deve beber apenas água engarrafada, comer fruta descascada por si e não consumir gelo ou saladas.

Mosquitos

Moçambique tem mosquitos que transmitem doenças, como a malária (ou paludismo), que picam entre o anoitecer e o amanhecer. Nas zonas habitacionais, com ar condicionado, bem protegidas por redes, é pouco provável ser picada, mas corre esse risco, no período noturno, em zonas exteriores abertas.

A proteção começa por impedir a picada: nas áreas e horas de risco, use roupa clara, fresca, larga, mas que a cubra e, nas áreas expostas da pele, utilize repelente de mosquitos. Como a primeira infeção pode ser extremamente grave e levar à morte, é preconizada, para viajantes que nunca tiveram contacto anterior com esta doença (como é o seu caso), outra forma de prevenção: a profilaxia.

Antes de partir

Existem apenas três medicamentos antimaláricos com indicação nestes casos, sendo as doses profi láticas muito inferiores às terapêuticas. A escolha deve ser feita por um médico especialista, pelo que é recomendável uma consulta de medicina do viajante três semanas antes de viajar. Não existe nenhuma vacina obrigatória para Moçambique, mas poderão ser-lhe prescritas algumas relacionadas com os problemas alimentares (febre tifóide e hepatite A), em função do seu tempo de estada, locais, condições e qualidade de alojamento. É preciso, também, verifi car a validade da vacina do tétano.

Revisão: Jorge Atouguia (médico, investigador e professor nas áreas de infecciologia e medicina tropical)