Paisagens extraordinárias classificadas pela UNESCO, um património arquitetónico, artístico e cultural de exceção, uma produção vitivinícola com dezenas de denominações de origem controlada e mais de 900 quilómetros de itinerários para amantes de cicloturismo são apenas uma parte do (muito) que oferece a região francesa de Val de Loire, a pouco mais de duas horas de distância das duas maiores cidades de Portugal.
A convite da companhia aérea de baixo custo francesa Transavia, que voa para Paris com partidas de Lisboa e Porto a partir de 29 € e para Nantes com partidas de Lisboa a partir de 34 € e do Porto a partir de 29 €, numa parceria com o Tourisme Centre-Val de Loire, voámos até lá para ficar a conhecer as belezas do vale do Líger, o nome oficial português desta região conhecida pelos seus famosos e deslumbrantes castelos.
Depois, a partir de Paris ou de Nantes, pode seguir para o Val de Loire, como os franceses lhe chamam, de comboio, de carro, de autocarro ou até mesmo de bicicleta. Em família ou com amigos, são muitas as localidades pitorescas a visitar e as atividades recreativas de que pode usufruir neste charmoso vale. Uma das principais atrações são os seus castelos. Visitáveis são 79 mas, a ter de escolher, estes são os 10 imprescindíveis.
1. Castelo real de Amboise
Era o lugar preferido dos reis de França à época do renascimento. A história do castelo real de Amboise esteve intimamente ligada à história do país por mais de dois séculos. Os reis Carlos VIII e Francisco I, as rainhas Ana da Bretanha e Catarina de’ Medici e o último rei dos franceses, Louis-Philippe I, eram presenças frequentes no imponente edifício, que exibe uma coleção rica de mobiliário gótico e renascentista.
Leonardo da Vinci, hoje sepultado na capela do Château Royal d'Amboise, era outro dos visitantes ilustres. O monarca Francisco I convidou-o, tal como fez com outros artistas, para trabalhar no castelo e o italiano aceitou. Com ele, o pintor e inventor levou aquele que é um dos seus quadros mais populares, "Mona Lisa", hoje exposto no Museu do Louvre, em Paris. O rei francês, quando o viu, não resistiu e decidiu comprá-lo.
As visitas ao castelo real de Amboise, que têm a duração de cerca de uma hora e meia, podem efetuar-se, habitualmente, entre as 09h00 e as 19h00. A entrada tem o custo de 12,80 € para os adultos e de 8,80 € para as crianças. Além de exposições temporárias, o edifício também é regularmente palco de espetáculos de luz e som que chegam a ter 250 figurantes. Nas imediações, não deixe de visitar Amboise, uma localidade pitoresca.
2. Castelo Real de Blois
Residência de sete reis e de uma dezena de rainhas, o castelo real de Blois distingue-se pelos traços arquitetónicos singulares. Este edifício oferece aos visitantes um panorama abrangente da arquitetura francesa desde a idade média até à época clássica, devido às suas quatro fachadas diferentes. Além dos vestígios de uma fortaleza medieval do século XIII, alia ainda a ala gótica de Luís XII à ala renascentista de Francisco I.
O inacabado edifício de estilo clássico da responsabilidade de Gaston Jean Baptiste de France, duque de Orleães, é outro dos atrativos. O Château Royal de Blois possui ainda uma importante coleção de arte, móveis e artefatos de época.
Os aposentos reais mostram aos visitantes a vida quotidiana da corte do rei à época. Situado na zona mais alta da cidade de Blois, oferece uma vista panorâmica sobre o rio Líger e sobre a floresta do Domínio de Chambord. Desde 1850 que o castelo abriga também o museu de belas artes da cidade.
As visitas ao monumento podem efetuar-se entre as 09h00 e as 19h00 e têm o custo de 12 € para os adultos e de 6,50 € para crianças dos 6 aos 17 anos. Anualmente, de abril a setembro, é projetado nas fachadas interiores do castelo, um espetáculo de som e luz exibido a 360 graus. Os preços combinados com a visita têm o valor de 19,50 € para adultos e de 10,50 € para crianças. Em Blois, não deixe de visitar a imponente catedral.
3. Castelo de Chambord
Construído em 1519 por Francisco I, amante das artes e caçador fervoroso, é um dos símbolos do renascimento francês. O castelo de Chambord foi um palácio erigido para que o rei exibisse o seu poder e só no reinado de Luís XIV é que a sua construção se concluiu. Sofreu grandes obras durante o século XVIII de forma a garantir conforto aos seus ocupantes para que, assim, se pudessem lá instalar com caráter permanente.
Este castelo não pode ser dissociado da floresta que o rodeia. São 13.500 hectares de uma reserva natural que faz do Parque Nacional de Chambord o maior parque fechado da Europa. Nele, admiram-se paisagens virgens e, em dias de sorte, avistam-se animais selvagens. As visitas ao monumento, que têm a duração de cerca de uma hora e meia, podem efetuar-se entre as 09h00 e as 18h00 e têm o custo, para adultos, de 14,50 €.
4. Castelo de Cheverny
Sobriedade e simetria caracterizam este edifício, propriedade de uma família composta maioritariamente por financeiros e de oficiais do exército. Construído entre 1624 e 1630, o castelo de Cheverny, habitado ainda nos dias de hoje, apresenta peças de mobiliário e de decoração notavelmente preservados. As várias divisões refletem a arte de viver à maneira francesa e levam o próprio visitante a fazer uma viagem no tempo.
O edifício serviu, ainda, de inspiração ao criador belga de banda desenhada Hergé para o famoso castelo de Moulinsart, que entra numa das aventuras de Tintim. Na propriedade, pode visitar-se uma exposição permanente interativa, "Os segredos de Moulinsart". As visitas ao castelo podem efetuar-se das 09h15 às 18h30 e têm um custo a partir de 12 € para adultos. A tarifa para crianças dos 7 aos 14 anos começa nos 9 €.
5. Castelo de Villandry
Foi um dos últimos grandes castelos do Val de Loire a ser construído no período do renascimento. O início da sua construção data de 1532, sob as ordens de Jean Le Breton, o popular ministro das finanças de Francisco I, que ali viria a morar. Cercado de vegetação frondosa, sofreu, ao longo dos séculos, várias transformações nos seus imponentes jardins, mediante o gosto de cada proprietário e os estilos das épocas.
Em 1906, o médico espanhol Joachim Carvallo tentou devolver ao castelo o seu aspeto original. Entre 1908 e 1918, os jardins de estilo inglês deram lugar a um faustoso jardim tipicamente renascentista. Hoje, é o seu bisneto, que vive na propriedade com a família, que mantém estes espaços. Anualmente, são muitos os visitantes de todo o mundo que os admiram do topo do terraço da torre. Este castelo está aberto das 09h00 às 19h00.
A entrada tem um custo de 11 € para os adultos que visitem o edifício e os jardins e de 7 € para os que pretendam apenas conhecer o exterior. As crianças e os adolescentes dos 8 aos 18 anos pagam 7 € para os dois espaços e 5 € só para o exterior. Nos arredores, além da Église Saint-Étienne de Villandry, uma igreja que remonta ao século XI, não deixe também de visitar as Grottes Pétrifiantes de Savonnières, grutas com túmulos romanos.
6. Castelo de l’Islette
O início da sua construção data de 1638 e as duas imponentes torres que ladeiam o edifício retangular de três andares cercado por água que o integram recordam o castelo de Azay-le-Rideau, que dista apenas dois quilómetros. Concluído por volta de 1530, o castelo de l’Islette funciona, ainda hoje, como residência dos atuais proprietários, que o abrem ao público para visitas, sendo considerado um autêntico monumento vivo.
O grande salão do castelo de l’ Islette, o seu ex-libris, oferece aos visitantes uma notável decoração pictórica do final do século XVI e início do século XVII. Também serviu, já no século XIX, de estúdio ao casal de escultores Camille Claudel e Auguste Rodin. O horário de visita estende-se das 10h00 às 19h00 e os preços vão dos 6 € para crianças dos 8 aos 18 anos e para estudantes até aos 25 anos aos 9,50 € que os adultos pagam.
7. Castelo de Clos Lucé
Localizado muito perto do castelo real de Amboise, o castelo de Clos Lucé foi a residência de Leonardo da Vinci nos seus últimos três anos de vida e é, por isso, todo ele dedicado à memória do mestre italiano, que ali morreu a 2 de maio de 1519. Fascinado pelo seu talento, o rei Francisco I ofereceu-lhe a propriedade. Nela, o mestre terá trabalhado em muitos dos seus projetos para o monarca e noutras das suas obras-primas.
Naquelas que foram as oficinas do autor do famoso quadro "Mona Lisa" podem encontrar-se réplicas de 40 máquinas fabulosas e, ao longo do parque de sete hectares que rodeia o edifício, podem manipular-se cerca de 20 modelos, também eles réplicas dos de sua autoria. O famoso Château de Clos Lucé pode ser visitado das 09h00 às 19h00 e tem um custo de 13,50 € para adultos e de 10,50 € para crianças dos 7 aos 18 anos.
8. Castelo de Azay-le-Rideau
É, a par de ser considerado uma obra-prima do renascimento francês, um monumento emblemático desta época. O castelo de Azay-le-Rideau, que deve a sua construção a Gilles Berthelot, o influente tesoureiro do rei Francisco I, é outro dos que deve incluir no seu roteiro quando visitar o vale do Líger. Considerado de grande modernidade para a época, foi erigido sobre as fundações de um antigo edifício do período medieval.
A história do Château de Azay-le-Rideau é pontuada por sucessivos proprietários mas a visita a este espaço permite seguir os passos da família do seu último detentor, o marquês Charles de Biencourt, que o adquiriu em 1791. As visitas podem ser efetuadas a partir das 09h30 e estendem-se até às 19h00 e têm um custo de 11,50 € para adultos. Para os menores de 18 anos, é grátis. Mesmo ao lado, tem o Musée Maurice Dufresne.
9. Castelo de Valençay
As obras tiveram início no século XVI mas, como foi construído ao longo de três séculos, incorpora vários estilos arquitetónicos de forma harmoniosa, o que faz com que seja um dos edifícios mais prestigiados do Val de Loire. Propriedade do ministro das relaçes exteriores de Napoleão I, este castelo tinha como função receber os visitantes estrangeiros e os embaixadores dos soberanos com quem mantinha boas relações.
A riqueza das coleções de mobiliário, de esculturas, de pintura e de objetos preciosos conferem ao Château de Valençay o caráter de um edifício ainda habitado. No castelo de Valençay, podem alternar-se as visitas guiadas com os passeios tranquilos e relaxantes nos jardins. Está aberto das 09h30 às 19h00. A entrada custa 13,50 € para os adultos, 4,80 € para crianças dos 4 aos 6 anos e 10,50 € para crianças e adolescentes dos 7 aos 17.
10. Castelo de Chenonceau
Escolhido para residência real, o castelo de Chenonceau teve um destino pouco comum. Foi construído, amado, administrado e protegido por (várias) mulheres notáveis. Diane de Poitiers, amante de Henrique II, foi uma delas, assim como Catarina de Médicis, viúva do mesmo rei. Louise de Lorraine, que enviuvou de Henrique III, também marcou a história da realeza no castelo, erguido nos arredores da localidade de Chenonceaux.
Mais tarde, Louise Dupin de Francueil, personagem marcante do século das luzes, proprietária do Château de Chenonceau nos tempos da revolução francesa, organizou lá saraus frequentados por alguns dos mais populares filósofos da época, entre os quais Montesquieu, Voltaire e Rousseau. Marguerite Pelouze, originária da burguesia industrial delapidaria toda a sua fortuna a restaurá-lo e, finalmente, Simone Menier, outra mulher, instalaria um hospital nas duas galerias do castelo onde mais de 2.000 feridos de guerra seriam posteriormente tratados.
Obra-prima do renascimento, o castelo de Chenonceau inspirou-se diretamente na ponte Vecchio, uma das muitas atrações turísticas de Florença, em Itália. A marca feminina está presente nos mínimos detalhes e é por isso que este castelo é também apelidado por muitos como Castelo das Senhoras. Está aberto das 09h00 às 19h00 e as visitas têm um custo para adulto de 14,50 € e de 11,50 € para crianças e adolescentes dos 7 aos 18 anos.
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