Abriu oficialmente portas há cinco anos, no dia 18 de março de 2016, mas a história de São Lourenço do Barrocal, o luxuoso refúgio com vista para a planície que soube preservar a tradição da arquitetura vernacular portuguesa, é muito mais antiga. Um dos capítulos decisivos começou a ser escrito há pouco mais de dois séculos. Em 1820, Manuel Mendes Papança, o primeiro conde de Monsaraz, adquiriu a propriedade, então um território de caça com 780 hectares pertencente à Casa de Bragança.

Decidiu convertê-la numa fazenda agrícola e, para a povoar e para a rentabilizar, anunciou a intenção de doar um hectar de terreno a cada um dos agricultores que se mudasse para lá, com a família, para plantar vinha. Foi nessa altura que começaram a ser construídos os edifícios que hoje abrigam a receção, o bar, os restaurantes, a loja, os quartos e as suites da requintada unidade hoteleira de cinco estrelas. As fotografias que os decoram imortalizam muitas das vivências desses tempos.

Com o processo de nacionalização que se seguiu à revolução de 25 de abril de 1974, a propriedade foi ocupada. Com o passar dos anos, foi ficando muito maltratada. Só seria recuperada uma década depois, num estado lastimoso. Em 2002, José António Uva, o atual proprietário, herdou-a e, apercebendo-se das potencialidades do espaço, tomou a decisão de criar ali um hotel de luxo, sem, todavia, perder a identidade, o espírito e a(s) memória(s) daquele lugar. Viria a concretizar essa ambição 14 anos depois.

Eduardo Souto de Moura, vencedor de vários prémios nacionais e internacionais, foi o arquiteto que José António Uva contratou para converter o casario que serviu de abrigo aos trabalhadores agrícolas do monte numa unidade hoteleira de luxo, a primeira do género da região. Depois de oito anos de desenvolvimento e de maturação e de mais dois anos de obras, São Lourenço do Barrocal ganhava uma nova vida, com 22 quartos, duas suites e 16 casas, para além de um bar, de um spa e de dois restaurantes.

As piscinas, a horta biológica, o picadeiro são outros dos atrativos da propriedade, que integra ainda 600.000 metros quadrados de olivais, alguns deles centenários, mais 150.000 metros quadrados de vinhas, 10.000 metros quadrados de horta biológica e 16 dólmenes neolíticos com 7.000 anos. É também lá que se pode admirar o segundo maior menir da Pensínsula Ibérica. Alguns hóspedes gostam de ir até lá a pé, mas a maioria prefere fazê-lo numa das bicicletas que o hotel cede gratuitamente.

Membro da organização internacional The Leading Hotels of the World, que em Portugal integra 13 unidades hoteleiras, o São Lourenço do Barrocal cativa ainda os hóspedes que o elegem pela gastronomia que serve. A gastronomia que apresenta privilegia a frescura dos produtos sazonais e o sabor das iguarias locais e, apesar de ter os olhos postos no futuro, não consegue esquecer as raízes profundas da tradição culinária da região, muito afamada pelos seus sabores característicos e distintivos.

Ali, o tempo não para, mas os dias desaceleram. Formas de os ocupar não faltam, no entanto. Além de passeios a cavalo, há aulas de volteio. É também possível participar em atividades de observação astronómica, em provas de vinhos, em workshops de olaria e/ou aventurar-se percursos de observação de aves, que podem ser feitos na propriedade ou nas margens do Alqueva, o maior lago artificial da Europa. Algumas dessas atividades são desenvolvidas em colaboração com parceiros locais.

É da mesma família há oito gerações e há cinco anos que abriga um luxuoso hotel rural onde os dias desaceleram

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