Inês Vaz Pinto, Miguel Castel-Branco e Nuno Vasconcellos e Sá cresceram a usar em casa dos pais e dos avós as mesmas toalhas: as Torres Novas. De forma a recuperar uma empresa histórica e com grande know-how no fabrico de roupa de banho, os três amigos juntaram-se a Adolfo de Lima Mayer, antigo acionista de referência e administrador da Companhia de Torres Novas, com o objetivo de a relançar no mercado mas sem nunca perder a sua essência.
“Durante muitos anos foi a marca de referência de toalhas de banho em casa dos portugueses, e, desde que fechou, não foi substituída por nenhuma marca. Era um legado muito importante que queríamos recuperar”, refere Inês Vaz Pinto ao SAPO Lifestyle sobre a marca fundada na cidade de Torres Novas, distrito de Santarém, mas que entrou em processo de falência em 2011.
Mas qual o projeto destes quatro sócios para uma marca com 175 anos de história e que, em tempos, se dedicou à fiação de linho, juta e algodão? O plano, traçado em 2018, parecia simples: começar por trabalhar exclusivamente com a indústria hoteleira e, em 2021, chegar ao grande público. Apesar de a pandemia do coronavírus ter tentado trocar-lhes as voltas, o desejo de não deixar esta ideia no papel foi mais forte e anteciparam o relançamento para 2020.
Para quem anteriormente já conhecia as famosas toalhas e agora pode voltar a tê-las em sua casa, as diferenças, tirando os modelos disponíveis, são muito poucas. “Mantivemos as ‘receitas’ da produção, como o design das coleções lisas, a qualidade da construção das toalhas e as receitas das cores. Por enquanto, uma diferença notável é na quantidade de modelos que temos disponíveis. A Torres Novas tinha uma coleção infindável de toalhas com padrões, chinelos, roupões e acessórios. Para já, no relançamento, temos apenas três coleções base, e, aos poucos, planeamos relançar alguns padrões históricos e possivelmente algumas outras novidades”, explica.
Apesar de se ter estabelecido como uma marca tradicional portuguesa, a Torres Novas não parou no tempo, renascendo com os olhos postos no futuro. O primeiro passo foi posicionar-se como uma empresa sustentável, comprometendo-se a “utilizar apenas materiais biodegradáveis nas suas coleções”, eliminando por completo “o poliéster na produção das toalhas, que era por vezes utilizado em percentagens muito reduzidas, para facilitar a modularidade da produção de artigos”.
Atenta às necessidades do consumidor moderno e decidida a apostar em produtos inovadores, a Torres Novas decidiu alargar a sua gama apostando em toalhas com padrões, cujo primeiro lançamento – a coleção Royale - acontece ainda este mês. Mas as novidades não param por aqui. “Vamos introduzir também este ano uma coleção mais moderna, fugindo um pouco ao desenho tradicional das toalhas, que acreditamos ser muito em linha com o que os consumidores mais jovens procuram. Mais para a frente, pretendemos também acrescentar a inovação nos materiais, procurando sempre o crescimento da sustentabilidade”, afirma a marca que, até ao momento, utiliza apenas algodão ou fibras naturais e biodegradáveis nas suas confeções e é detentora do certificação OEKO-TEX®, que garante que não são utilizados químicos perigosos em qualquer fase do processo produtivo dos têxteis.
As três gamas da marca - Almonda, Luxus e Elegance - estão à venda em lojas de decoração e artigos para casa por todo o país. Mas será que a abertura de uma loja Torres Novas está nos seus planos? Apesar de o contexto atual não ser o ideal, a marca não descarta completamente essa possibilidade. “Não está nos nossos planos de curto prazo ter uma loja física, mas é um tema que pode vir a fazer sentido, não tanto como forma de vender mais, mas sobretudo para termos um espaço só nosso onde podemos mostrar toda a nossa coleção, estarmos mais junto do consumidor final e compreender as suas necessidades, fazer algumas experiências,” conclui.
Feito em Portugal é uma rubrica em que se dá a conhecer marcas portuguesas.
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