Promovido pela Câmara de Évora, o certame regressa à cidade alentejana, após dois anos de interregno devido à pandemia de COVID-19, e “retoma os já habituais diálogos interculturais”, divulgou hoje o município, em comunicado.

“O Artes à Rua é um ‘Festival de Músicas’ que não se deixam rotular, em diálogo intercultural com todas as artes”, o que resulta num “processo de enamoramento, envolvendo lugares patrimoniais, públicos e criadores”, disse o diretor artístico do evento, Luís Garcia, citado pela câmara.

Luís Garcia revelou que, nesta 4.ª edição, participam “198 artistas”, vindos de Portugal e também do Brasil, Cabo Verde, Chile, Cuba, Espanha (Galiza e Catalunha), Itália, Japão, Marrocos, Moçambique e Nigéria.

O programa, que vai animar o espaço público de Évora, como ruas e praças, contempla um total de 52 espetáculos, que vão desde a música, a dança ou o teatro até à performance, circo contemporâneo e artes visuais.

Esta programação “resulta, em parte, de residências artísticas que unem artistas eborenses e criadores de várias disciplinas e nacionalidades”, indicou a autarquia.

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“Destes encontros, assentes no respeito pelas diferenças sociais, étnicas, sexuais, religiosas ou estéticas de cada um, nasceram dois espetáculos” que vão estrear na edição deste ano do festival, destacou a organização.

Uma das estreias é “Revoada”, o espetáculo de abertura do Artes à Rua, às 21h30 do próximo dia 28, e que é “um exemplo da diversidade gravada no ADN do festival”.

A cantora moçambicana Lenna Bahule e o músico alentejano António Bexiga, do projeto Raia, “viajam no tempo e no espaço” e protagonizam um “encontro entre o Alentejo e a África Austral”.

A outra estreia, agendada para as 21h30 de 13 de agosto, resulta de uma residência artística que une a marroquina Soukaina Fahsi e o grupo Cantares de Évora, com direção artística de Carlos Menezes.

Esta combinação dará expressão “a um encontro entre as sonoridades sufi do Magrebe e as polifonias modeladas no trabalho duro nos campos do Alentejo”, resumiu a câmara.

Em destaque no programa estão, igualmente, as atuações da chilena Ana Tijoux (29 de julho), da cantora portuguesa Maro (03 de agosto), do Club Makumba, projeto musical de Tó Trips (Dead Combo, Lulu Blind) e João Doce (Wraygunn), aos quais se juntam Gonçalo Prazeres e Gonçalo Leonardo (9 de agosto), do Bateu Matou (11 de agosto) ou de Dino D’Santiago (14 de agosto).

Mazarin, SENZA, Minyo Crusaders, Mario Lucio Sousa & os Kriols, Maruja Limón ou quarteto Mão Verde são outras das propostas.

O movimento artístico de expressões urbanas O Bairro vai ter lugar os dias 29 e 30 de julho, centrado na palavra, entendida de diferentes ângulos, com performances de djs, concertos, artistas de ‘spoken word’ e gravações ao vivo de programas de rádio e ‘podcasts’.

O programa, entre outros momentos, inclui ainda o Tem Graça — Festival Internacional de Mulheres Palhaças, entre 5 e 7 de agosto, ou a instalação “coloratorum elementa tubulosae” (ou “Elementos Tubulares Coloridos”) de Anabela Calatroia.