Para quê tirar selfies quando podemos filmar a nossa lua de mel com um drone? Essa foi a pergunta que se fizeram Kaz e Mariko Yamaguchi, um casal de japoneses que, em julho de 2015, poucos dias depois de casar, iniciou uma viagem de 400 dias. Com um orçamento de 50.000 dólares, cerca de 45.000 euros, fizeram logo as contas a contar com possíveis acidentes com o aparelho, que já tiveram de substituir por duas vezes.
O primeiro perderam-no numa montanha na Noruega e, pouco depois, tiveram um acidente com o segundo numa zona montanhosa da Namíbia, que ficou despedaçado depois de chocar contra uma rocha. O facto de (praticamente) nunca terem usado um dispositivo voador antes se iniciarem um périplo que também já os levou à Croácia e à Turquia não foi alheio ao incidente. «O que temos agora já é o terceiro», sublinha o japonês de 34 anos.
Muitas das imagens captadas têm sido divulgadas no blogue Honeymoon Traveler, que criou juntamente com a mulher de 26, além do Facebook. «Quando estávamos a planear a nossa lua de mel, vimos imagens aéreas captadas por um drone no YouTube e pensámos logo que as poderíamos combinar com as nossas fotografias para fazer uma coisa mais épica», explica. «Mas acabámos por usar pouco o drone porque, em muitos sítios, não dá para voar com ele», sublinha.
As (longas noites) em quartos com baratas
Nos cerca de 350 dias que já dura a viagem, utilizaram-no apenas cerca de 50. «É mais fácil de manobrar do que possam julgar», assegura. «Gastamos entre 20 a 30 minutos de cada vez para conseguir captar imagens», acrescenta ainda. Apesar do investimento extra que teve de fazer, o casal ainda não ultrapassou o orçamento definido. «Temos ficado basicamente em hostels abaixo dos 10 dólares [9 euros] por quarto», revela.
«Muitos nem sequer têm água quente e alguns estão cheios de baratas», acrescenta. «Poupámos dinheiro durante dois anos para conseguir pagar esta viagem. Durante esse período, vivemos num apartamento mínimo onde pagávamos apenas 300 dólares [cerca de 270 euros] de renda, o que é muito pouco para o Japão», refere Mariko Yamaguchi. «Todas as pessoas podem fazer isto. Peguem no que têm e realizem os vossos sonhos», apela.
Texto: Luis Batista Gonçalves
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