Dono de uma vida muito preenchida e agitada, a juventude, e início da idade adulta, de D. Afonso IV foi marcada por episódios de grande rebeldia. É especialmente violenta a rivalidade que é conhecida entre o rei e o seu irmão Afonso Sanches, que provocou uma dura guerra civil. Ao longo do conflito o infante rebelde assume o descontentamento da nobreza que fora diminuída de privilégios devido às políticas do seu pai.

Se quer entrar na história e perceber tudo o que aconteceu, assista à Contextualização Histórica, nos dias 14 e 15 de agosto, às 22h, na Muralha do Castelo. Logo após a morte de D. Dinis, em janeiro de 1325, e tendo D. Afonso subido ao trono como D. Afonso IV, uma das primeiras medidas é o confisco de todos os bens, rendas e benefícios conferidos pelo seu pai ao seu meio-irmão, que retalia com algumas incursões armadas em território português. É neste contexto que ocorreria o ataque a Bragança em 1326 onde praticou diversos roubos e estragos, regressando depois às suas terras castelhanas.

A par destas recriações históricas, há outras atividades para participar e para aprender mais sobre este período. Na Rua dos Aromas, o olfato vai levá-lo até à Idade Média. Ao percorrer esta rua vai sentir o cheiro dos perfumes, do pão acabado de sair do forno, das ervas medicinais, mas também do enxofre. Será que haverá bruxarias e feitiços por lá escondidos? As crianças vão gostar especialmente dos Jogos que testam a inteligência, a força e a destreza e que se adaptam a todas as idades.

Os defensores do Reino vão estar todos concentrados na Praça D'Armas. Como os tempos que correm não são de paz, as técnicas de combate e as táticas militares são, constantemente, trabalhadas. Através de inscrição, os visitantes podem experimentar algumas das técnicas de combate e conhecer as principais características das várias peças do armamento militar.

No Acampamento Civil, o público é convidado a conhecer e a experimentar alguns ofícios da época, como o armeiro e a produção da cota de malha, a ourivesaria, o vidreiro com a técnica do forno e a tecelagem, com o tear de pesos, tear de cartões, lucet e bordados. Os sabores da época vão estar em destaque na Praça do Sustento.

A caça foi desde longa data uma das atividades lúdicas preferenciais da nobreza. Além de um bom exercício militar, esta atividade distraía e divertia os fidalgos, que mantinham um conjunto de súbditos, para que estes tratassem de preparar quer as alfaias, quer os animais utilizados, principalmente cavalos, cães e aves de rapina. Na Liça e Artes de Caça, o visitante poderá entrar em contacto com algumas das técnicas de preparação para a caça, bem como encontrar alguns dos animais. Aqui, acontecem também as justas, os torneios, as brigas e os combates onde se debatem questões importantes e de honra, bem como o Torneio Medieval.

Na Feira vão-se posicionando os mais diversos mercadores. Alguns vêm de terras longínquas e trazem produtos nunca vistos, outros de mais perto, procuram chamar a atenção do freguês com os seus ditos e pregões.

O Acampamento dos Petizes é um lugar feito à medida das crianças. Aqui, os mais novos experimentam as vivências medievais e os contadores de histórias narram alguns mitos e lendas. O espaço estará dividido em quatro áreas: estórias, onde serão contadas algumas estórias; lides quotidianas, onde decorrem oficinas de tecelagem e tinturaria de lã e cozinha medieval; lides da guerra, em que os mais pequenos podem experimentar a "Cota da Malha" e aprender como funciona um trabuco; e os desafios, que põem à prova a pontaria, o equilíbrio e a astúcia.

Durante a visita, tenha cuidado a passar a Rua dos Larápios. Nesta rua, escondem-se os foragidos das autoridades, entre as sombras. À espera que alguém mais desatento traga os bolsos cheios, usam as mulheres mais roliças para aliciar os homens para aqueles caminhos tão tenebrosos. Neste espaço de recriação do quotidiano das classes sociais mais desfavorecidas, o visitante irá deparar-se com várias personagens e ações inesperadas.