1. As escolas e o Sambódromo
Embora todo o mês de fevereiro exale a atmosfera carnavalesca, o desfile das escolas de samba no Sambódromo concentra uma enorme atenção.
A avenida de 700 metros tem capacidade para 70.000 pessoas nas suas arquibancadas, que ficam lotadas com pessoas de todos os cantos do mundo.
Este ano, vão desfilar 12 escolas do Grupo Especial, que como equipas de futebol, reúnem torcidas fiéis que as acompanham e animam a noite.
Assim como na modalidade futebolística, existem divisões e as escolas podem ser promovidas ou rebaixadas. A disputa para chegar ao topo é acirrada: são 120 associações só no Rio.
As tradicionais Imperatriz Leopoldinense (atual campeã), Portela, Mangueira e Beija-Flor são algumas das escolas que disputam o título em 2024.
Com produções avaliadas em milhões, as escolas desfilam ao som de um samba-enredo composto especialmente para a ocasião, evocando questões políticas e sociais atuais ou do passado brasileiro.
Cada escola desfila na avenida com cerca de 3.000 integrantes, que impressionam com as suas fantasias, e gigantescos carros alegóricos que exaltam as suas rainhas mergulhadas em lantejoulas e com coroas com plumas e penas.
As escolas têm entre 60 e 70 minutos para conquistar os jurados, que avaliam aspetos como o figurino, o desenvolvimento do tema, a bateria e as alegorias, entre outros.
2. Os blocos
Mas muitos consideram que o verdadeiro Carnaval passa longe da Marquês de Sapucaí - está nos blocos de rua.
Estes grupos, que vão dos mais modestos aos mais sofisticados, convocam festas maciças com música ao vivo e performances no meio da rua, que marcham em procissão.
Percussão, instrumentos de sopro e figurinos criativos são essenciais. As bebidas alcoólicas também são comuns, mesmo quando as apresentações começam às 7 horas da manhã.
Há blocos para todos os gostos. Loucura Suburbana, Tá Pirando, Pirado, Pirou! e Zona Mental, por exemplo, são de pacientes e trabalhadores de hospitais de saúde mental.
O Sargento Pimenta é famoso por tocar músicas dos Beatles, já o Bésame Mucho, toca boleros, tangos e até a famosa "Despacito" no ritmo do samba. O Bloco de Anitta!, expoente do funk carioca, passará por diversas cidades do país.
Ao todo, cerca de 600 blocos desfilam este ano na Cidade Maravilhosa.
3. Pistolas de água, roubos e eucalipto
Nem tudo é alegria. O estado da Bahia (nordeste) proibiu o uso de pistolas de água em comemorações, após viralizarem imagens de uma mulher sendo atacada com jatos d'água.
As multidões também se tornaram um ambiente propício para roubos e os alertas se multiplicam nas redes sociais. Uma vítima contou que um suposto vendedor usava uma bandeja de doces para cobrir as mãos enquanto vasculhava os bolsos e bolsas carregadas pelos foliões.
Nem tudo é glamour também. A prefeitura do Rio informou que, após as comemorações, serão utilizados dois mil litros de essência concentrada de eucalipto para eliminar o cheiro de urina das ruas.
Nem só de Rio de Janeiro vive o Carnaval
Outras cidades do país também param com o Carnaval.
As autoridades estimam que 15 milhões de pessoas vão sair às ruas de São Paulo, onde desfilam 600 blocos.
Em Belo Horizonte, serão cerca de 5 milhões; em Recife, quase 3 milhões.
É justamente de um bloco da capital pernambucana o recorde do Guinness: o Galo da Madrugada, que desde 1994 é considerado "o maior bloco de carnaval do mundo". No ano passado, reuniu 2,5 milhões de pessoas.
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