Terapia Holística e Autoconhecimento
Por: Rosam Cardoso

A terapia holística é uma ferramenta entre muitas outras. Reúne um conjunto de procedimentos para possibilitar o despertar do indivíduo para si mesmo. Ela propicia ao ser descobrir-se como um todo, gera clareza e o estimula a compreender as correlações entre as várias partes que o compõem, a compreender que a grande força está nele mesmo e que, esta força, potencializa-se a cada superação.

A abordagem holística instiga o ser a investigar-se, a observar-se, a aceitar-se. A ressignificar seus comportamentos, padrões emocionais e jogos racionais do ego nocivos ao seu pleno desenvolvimento, auxiliando-o a despertar para sua própria luz.

Na verdade, todo aquele que se embrenha em se conhecer encontra pistas em todas as coisas, por serem todas as coisas reflexos de si mesmo, pois elas estão em ressonância para consigo. E, por sua vez, estes reflexos estão interligados à grande rede sincrónica do planeta. Seja correndo, nadando, cozinhando ou fazendo bolinha de sabão, o fato é que tudo estará disponível como oportunidade. Das dores às alegrias. Trata-se de uma jornada pelos caminhos do mapa do tesouro de sua vida na busca do Santo Graal do amor próprio.

Estamos descobrindo cada vez mais que existe um universo a ser desvendado no interior de cada um de nós e que, para tal, precisamos curar e nos purificar dos preconceitos, credos, dores e culpas implantadas pelo velho sistema de crenças. Estamos descobrindo que podemos ousar ir além do que recebemos como herança e confiar que “além do horizonte existe um lugar, bonito e tranquilo pra gente se amar”. Amar a si mesmo, porque estando o outro interligado a essa grande rede, amar o outro será inevitável.

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Durante milénios, o poder masculino, com sua ideologia, política e religião domina o mundo. Pelo que podemos constatar, o prognóstico não é nada promissor. Só dor, sofrimento, divisão, extrativismo, ganância, violência e controle. Este planeta, um paraíso de vida neste Universo, está sofrendo com os nossos abusos. Levou milhões de anos para construir-se, e o homem, em algumas insignificantes centenas de anos está destruindo-o, acabando com todos os seus recursos.

Sou terapeuta, um rótulo social para identificar o que faço; contudo, e acima de qualquer coisa, sou ser humano e, como tal, coloco-me a serviço e em comunhão com a Natureza, com o ser humano que é parte dela e com o Grande Espírito Universal para acender a luz da consciência em cada um, confiante de que ainda resta tempo para transmutarmos a realidade.

Está mais do que na hora da força feminina mostrar as suas garras, sem recorrer, é claro, aos instrumentos, ao modus operandi masculino, mas sim à compreensão uterina do cuidar e do partilhar. Sem querer conquistar. Sem querer dominar. Sem querer competir. Não há ser humano que seja melhor ou superior ao outro, não há profissão que deva ser mais respeitada do que a outra, mas cada qual possui uma característica e essas diferenças, sem dúvida, contribuem para a evolução do todo. Para transmutarmos o paradigma da divisão e da separação em soma que multiplica, homens e mulheres precisam associar-se ao poder feminino do útero Terra que há tanto tempo se oferece abundante e rica à nossa espécie.

Neste sentido mais amplo do individuo e do colectivo, o terapeuta holístico cumpre o papel de um guardião que vela para que a chama do autoconhecimento se mantenha acesa e com ela se ilumine o caminho do despertar para a própria luz. Um parceiro que acompanha o ser por um breve período até que ele decole com suas próprias asas, por saber que, a cada ponto de luz que surge, mais poderosa será a teia que erguerá este planeta à dimensão de harmonia e alegria.