Ensina a estarmos bem connosco mesmos, no sentido de sermos capazes de nos acolhermos da maneira que estivermos, seja agradável ou não, a dar-nos a capacidade para lidarmos com as limitações da vida humana e, ao mesmo tempo, perceber a plenitude que já somos. Este processo se dá através do escutar, do refletir e do contemplar sobre palavras que apontam para nossa natureza plena, com uma metodologia própria.
Através de ações produzimos algo que não existia antes, porém esta plenitude que buscamos não pode ser limitada pelo tempo, ou seja, não pode ser produzida. Esta plenitude deve existir no passado, no presente e no futuro.
Se é algo ilimitado que buscamos, tampouco poderá estar restrito pelo espaço, à algum lugar. Não é algo que só pode ser percebido em determinado local.
Nem mesmo a forma poderá ser o limite para esta plenitude. Tudo o que puder ser objeto, ou seja, possuir alguma forma com a qual possamos identificar em meio à outros objetos, não é este ser pleno, que é sempre o sujeito. Não precisamos estar de determinada maneira para percebermos esta plenitude, pois ela está além de qualquer característica ou situação.
Para obtermos algo que já existe agora, no local onde estamos, da forma que estivermos, precisamos apenas de conhecimento sobre esse algo absoluto. Não precisamos produzi-lo, pois essa seria uma limitação pelo tempo, espaço ou forma.
Este é o processo que Vedanta procura desdobrar através, principalmente, do questionamento das nossas frequentes fontes de identificação com os aspectos limitados do universo - nosso corpo, nossa personalidade, etc. O caminho é sempre em afirmação da vida que temos agora, sem nenhuma necessidade do nos retirarmos das ações do dia-a-dia. Vedanta não pretende produzir ou modificar nada, embora o processo de estudo poderá gerar mudanças práticas em nossa vida.
por: Rodrigo Ferreira
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