Sim, somos um, somos todos parte de um todo que nos congrega, abraça, impulsiona para frente e para o alto. Nossa natureza e origem divina fazem com que a estrutura de personalidade, a base sobre a qual nossa vida é manifestada, experienciada no bem e no mal, seja a mesma para todos, na vibração do Amor Incondicional. A existência, que é luz e beleza, nos apresenta infinitas situações de aprendizado, de crescimento, de bem-aventurança, de realização... tudo conspira para tal, é nosso desígnio -mais cedo ou mais tarde-, chegarmos à destinação final de nossa viagem aqui na Terra, transpondo com sucesso a intensa jornada que se iniciou num ato de amor de nossos pais.
As várias fases, as etapas obrigatórias, se sucedem com o decorrer do tempo; estudamos, aprendemos a nos relacionar, a conviver no meio, caminhamos ou corremos... pausamos por vezes para reflexão, recomeçamos a marcha e achamos que vencemos o desafio principal: evoluir como ser humano engajado e consciente.
No entanto, mesmo com tanto pensamento positivo, atitudes corretas e amorosas, busca permanente de desenvolvimento, precisamos lembrar de que ainda existe em nosso ser algo traiçoeiro à espreita: a nossa sombra.
Destrutivo e nocivo.
É ilusão pensar que nosso lado irracional, escondido em nossa psique, desapareça como que por encanto, num passe de mágica, somente por acharmos que já somos donos de nossa vida, de nosso destino, que passamos finalmente de fase. Ela está lá dentro hibernando, aguardando que situações de conflito, frustrações e culpas acordem o ser ainda primitivo que habita em nós.
Para que esta força detone nossa calma, nossa harmonia, pode bastar uma fechada no trânsito, uma demora em receber um serviço, uma pane no provedor de banda larga, um `não´ quando esperávamos um `sim´... ou é suficiente lembrar do desmando, da corrupção e da injustiça de quem supostamente nos governa... em suma, existe uma enorme quantidade de fatores externos sobre os quais, aparentemente, não temos controle.
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Quando este ser primitivo se faz presente, ao despertar bruscamente sua fúria, o resultado será sempre nefasto e, mesmo que nada de realmente grave tenha ocorrido, afetaremos profundamente a nós mesmos e a quem nos acompanha. Quebramos, como fosse a queda de um raio, uma atmosfera de harmonia para dar lugar a um silêncio total, carregado logo de arrependimento. O estrago está feito, e nem sempre será possível consertar o que se quebrou.
Creio, porém, que também estas explosões, raras e passageiras, ao revelar traços reais que ainda nos pertencem, sirvam, na realidade, para que, ao confrontá-los, possamos nos livrar deles, mudando mais e mais nosso modo de ser e de viver. Infelizmente, todas as vezes que evitamos um contato mais profundo, honesto, desviando-nos de reconhecer esta parte obscura, nos afastamos do centro, da vida verdadeira e feliz, na qual sabemos não existirem o medo, a solidão, a desgraça... Há um ditado e neste momento faz sentido, que diz ser melhor ter um esqueleto (nosso lado obscuro) sentado na sala de estar do que bem escondido dentro de um armário no sótão...
Sim, precisa fazer, calejados por tantas experiências do passado, por tantas outras situações e insights, uma conexão clara com o nosso lado irracional, esta parcela oculta e perigosa da gente que quase todos os habitantes do planeta, conscientemente ou não, em maior ou menor grau, compartilham: um conflito doloroso que vem desde os primórdios e que de pronto faz emergir uma vontade irracional de devastar, de descarregar nossa raiva, que deve ser compreendida em toda sua extensão e enfrentada definitivamente.
No momento em que não mais precisarmos negar este aspecto maléfico, poderemos lidar de verdade com suas sérias implicações.
Por sorte, ao avançarmos rumo à Luz, estes episódios se tornam bem menos frequentes, visto que muitos aspectos esclarecedores de nossa estrutura mental e emocional já foram incorporados, principalmente o autoconhecimento, que se torna uma presença constante e libertadora, nos lembrando do enorme poder de nossos pensamentos, feelings, desejos e atitudes, atuando e interagindo incessantemente neste mundo de energia. Precisamos incorporar de forma total o autocontrole, desativando por completo esta bomba-relógio que nos acompanha por onde andamos.
Veja na próxima página a continuação do artigo.
Como superar definitivamente estas limitações?
Precisamos parar em primeiro lugar de justificar nosso comportamento explosivo pelas limitações ou atitudes, reais ou imaginárias, dos outros, negando nossas próprias falhas. Esta é a chave para desarticular a destrutividade, sem negá-la ou escondê-la. No momento em que assumimos a responsabilidade de nosso sofrimento, olhando para nossas próprias distorções e tendências conflituosas, nos liberamos da culpa, não importa o quanto os outros estejam errados.
Seremos afetados pela ação hostil de terceiros somente se ignorarmos nossa própria negatividade, e da mesma maneira, os outros serão afetados pela nossa sombra somente se negarem a deles.
Reconhecer, colocar Luz sobre nosso ser irracional, sem nos tornarmos ele, nos liberta para sempre.
Ter a percepção da Unidade, de que o outro é uma parte nossa e vice-versa, nos permite avançar suavemente em qualquer situação. Aprender a relevar, a perdoar e pedir perdão toda vez que for necessário, é terapêutico e resolve o impasse.
Usar a ferramenta certa é crucial para o bom desfecho da operação.
Quem costuma ler os especiais sabe a que me refiro: o Ho´oponopono, que pode ser empregado com proficiência em infinito número de situações e que deve ser lembrado sempre, naquele segundo de reflexão antes de disparar o gatilho, compactuar, de ceder ao impulso de nosso lado primitivo.
Quando cruzamos com alguém e sentimos repulsa ou aversão: Ho´oponopono!
Uma pessoa nos perturba de alguma forma, invadindo nosso espaço: Ho´oponopono!
Um político corrupto nos provoca asco e revolta: Ho´oponopono nele!
Sim, todos são um espelho de nossa Alma.
O Ho´oponopono é extremamente simples de empregar, V. já sabe:
Sinto muito, te amo, sou grato.
Somos Todos UM só. Eu sou o outro Você!
Fonte: jornalmilenio
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