Cada um de nós começa o seu percurso terreno no momento exato em que, ao respirar, entra em sintonia com as forças cósmicas. E, ao longo desse caminho, encontrará retas e curvas, subidas e descidas, cimos e abismos.
Não podemos eliminar o sofrimento, a dor, mas podemos fazer desaparecer da nossa vida a sensação de absurdo ou a revolta. E a condição é irmos evoluindo até que, chegados ao ponto onde o ciclo da nossa existência acaba, finalmente nos é dado conhecer a plenitude da vida: saber que a verdadeira alegria e paz não nos pode vir de nenhuns bens deste mundo.
Vivemos no meio de conflitos porque afastados das leis universais. Da ordem. Da unidade. Do todo energético que, afinal, somos. Da fonte do Amor. E todos temos de contribuir para a eliminação – ou pelo menos diminuição – dos conflitos.
Mas a única forma de o fazermos é cada um ir procurando integrar e harmonizar as forças opostas que o habitam, em vez de as negar – como tantas vezes acontece. Ou seja, aceitando as crises da vida que o põem em causa, manter-se fiel ao processo de transformação contínuo que lhe é proposto e o encaminha no sentido da ordem.
Se nunca desistirmos de procurar em nós próprios a nossa verdade mais profunda, acabamos sempre por encontrá-la.
E, ao remeterem-nos para nós próprios, os conflitos dinamizam-nos o percurso. Quando um determinado conflito chega ao seu limite, somos confrontados com algo que não queremos ser.
Ora é precisamente nesse momento que mais força temos para cortar com alguma coisa que nos estava a afastar da nossa essência.
E é assim que vai sendo construida a ponte que nos liga àquilo de onde nos pode vir a verdadeira luz, a verdadeira alegria.
Se, pelo contrário, bloquearmos este processo, não somos os únicos prejudicados, mas todo o universo.
Sendo nós uma réplica do universo cujo movimento circular, com as suas sucessivas transformações, não tem princípio nem fim, desde que tomemos consciência das experiências que a vida nos for proporcionando, aquilo que somos vai-se sempre ordenando de acordo com um plano superior e há em nós uma harmonia crescente.
Aquilo de que, ao contrário do que muita gente pensa, a astrologia nos fala é desse caminho que cada um tem de percorrer num universo feito de partes interligadas. Da unidade que existe para lá de todas as contradições.
E, ao encará-lo como um sistema de atividades integradas onde tudo, incluindo cada um de nós, tem o seu lugar e a sua função, diz-nos que aquilo que acontece a cada um de nós se insere num padrão onde, uma a uma, cada peça irá ocupando o seu lugar, de forma a que no final tudo bata certo e reine a unidade.
Diz-nos que, enquanto por cá andarmos, nenhum ponto é de chegada definitiva, mas sempre de partida para uma etapa mais à frente, num caminho que cada um terá de percorrer. E que, mesmo aquilo que nos aparece como sendo o final da estrada, mais não é do que o começo de outra de que ainda não sabemos.
Assim como o ritmo contínuo das várias estações do ano nos convida a participar numa série ininterrupta de ciclos – em que um começa quando outro acaba e, ora somos empurrados no sentido da ação, ora impelidos a um recolhimento -, também a astrologia nos revela que tudo nesta vida tem um caráter cíclico.
E é esse o simbolismo dos 12 signos do Zodíaco, de que toda a gente fala - só que levianamente porque, no fundo, em geral desconhece.
Assim como quando num lugar é dia, no lugar oposto é noite, o Verão se opõe ao Inverno e a Primavera ao Outono, também cada setor do Zodíaco ou cada signo astral contém as características que faltam ao setor ou ao signo oposto.
E, de Carneiro a Peixes, o Zodíaco apresenta-nos um percurso simbólico feito de ciclos encadeados.
Tudo começa com o nascimento, depois cresce e alcança uma estabilidade, a seguir desenvolve-se até chegar a um apogeu, a partir do qual se transforma e por fim declina até morrer, para poder renascer a um nível evolutivo superior.
Cada começo e cada fim têm sempre uma razão de ser. Nunca são por isso absurdos, mesmo quando parecem.
E a proposta simbólica de evolução que nos é apresentada no Zodíaco é a seguinte: O Eu começa por só de si saber. A seguir vira-se para o Outro. E, por fim, ao darem-se as mãos e fundirem-se com algo maior, ultrapassam-se a si mesmos.
Aquilo que nasce começa por crescer para fora até que, alcançado o seu ponto máximo de visibilidade, inverte o sentido do crescimento, que passa então a ser para dentro e assim se vá preparando para o desaparecimento visível até que essa forma de vida permita que outra nova surja.
No começo do que quer que seja está já inscrito o seu fim. E, assim como sempre há uma causa maior que lhe deu início, também sempre existe uma razão para o desenrolar do seu fim.
A vida é movimento, dinamismo, tensão entre polos contrários, evolução contínua. Daí que toda esta caminhada vá sendo feita através dos passos que formos dando ao procurarmos equilibrar-nos entre energias opostas.
Então, sempre que algo deixa de fazer parte da nossa vida e sentimos que o perdemos, somos convidados a acreditar que alguma outra coisa virá ter connosco sugerindo-noss que lhe demos o máximo de atenção.
Mas, como cada experiência individual tem significado dentro de um todo mais vasto, surge sempre no momento exato em que, por questão de harmonia universal, precisa de ser vivida por um determinado indivíduo.
E é por nos informar acerca deste significado profundo daquilo por que passamos que, através da sua linguagem simbólica, a astrologia pode ajudar-nos a viver em harmonia com o univero em que estamos inserido.
Maria José Costa Félix, astróloga e autora de livros de desenvolvimento pessoal
Mail: mjcostafelix@sapo.pt
Tel. 21 390 69 22 Tlm 93 390 69 22
- Com cinco filhos e treze netos, MJCF é licenciada em Filologia Germânica, frequentou o Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) em Lisboa e esteve integrada num trabalho de grupo de investigação num hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro.
- Tendo-se iniciado no Brasil, é astróloga há mais de 30 anos.
- Depois do 25 de Abril em Portugal, participou em dois governos, num como secretária e noutro como adjunta de Primeiro Ministro.
- Jornalista durante cerca de 30 anos como redatora nas revistas Marie Claire, Máxima e Viver com Saúde, colaborou em vários outros orgãos de comunicação, dirigiu um suplemento de astrologia do jornal Sete e fez vários programas de televisão nesse âmbito.
- É autora de livros de desenvolvimento pessoal desde 2002 editados pela Leya (Oficina do Livro) com os títulos Bem-estar interior (editado também no Brasil), Mais e Melhor, Sol e Lua de Mãos Dadas, Vamos falar de Amor?, Ajude o seu Filho a Crescer em Paz, Conheça bem as Asas que tem, Morrer e Renascer, Atalhos do Amor, Envelhecer Sem Ficar Velho.
- Atualmente dá consultas e aulas de astrologia numa perspetiva humanista/psicológica e cármica. E escreve textos não de entretenimento mas de interrogação sobre o sentido da vida, em que convida o leitor a acreditar numa força superior que nos ilumina mesmo nos momentos de maior escuridão.
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