A história da humanidade é feita, também, de ciclos breves, que marcam milhões de pessoas para sempre. O ciclo é breve no tempo, mas é definitivo no ser humano.

Peço aos mais crescidos que tentem se lembrar de como eram a nível espiritual e que vida tinham no início dos anos 90. Há 15, 16 anos atrás. Comparem-na com o que são hoje e com a vida que têm actualmente. Muitos de vós, tentem comparar as convicções de então e as que hoje possuem. Nem sequer estou a falar da vida material, apenas das convicções espirituais.

Foi no início dos anos 90 que se deram as explosões mundiais conhecidas como canalizações com “Kryon” e “Conversas com Deus”. É também nos anos 90, que J.J. Hurtak se torna mais conhecido, com a sua visão mais científica da espiritualidade, do Livro de Enoch. E surge Aurelia Jones e um infindável número de autores em todo o mundo. No Brasil, já havia surgido Trigueirinho e Rodrigo Romo, que se tornam mais conhecido nos anos 90. Em Portugal, também logo no início da mesma década, surge André Louro de Almeida (pintor, músico, escritor, palestrante), com o seu intenso trabalhalho de divulgação e interiorização espiritual. Para quem aprecia, e não tendo as mesmas características, podemos incluir o autor Paulo Coelho, que na mesma década de 90, foi promovido a fenómeno planetário, com a sua escrita espiritual zen. Entre nós, no início deste século, deu-se um fenómeno local equivalente com os livros "Este Jesus Cristo Que Vos Fala", de Alexandra Solnado, e, pouco depois surgem outras obras de vários autores, nomeadamente, Vitorino de Sousa. É a época dourada das canalizações e da orientação espiritual vinda do outro lado do véu.

Veja a continuação do artigo na próxima página

Quando Plutão entrou em Sagitário, em 1995, já vinha iniciando (5 graus antes a este signo) a preparação da humanidade para enfrentar outras filosofias de vida. Apenas falando em Portugal, há 15 anos, a maioria das pessoas não sabia que havia formas diferentes de sentir e praticar a espiritualidade, para além das convencionais, associadas às diversas religiões maioritárias. A malha terrestre estava a alargar-se e, surgem, como cogumelos, uma plêidade de videntes, mediuns e leitores de oráculos, uns mais mediáticos do que outros, que prometem mundos e fundos aos seus clientes. A astrologia também inicia uma lenta e segura caminhada na recuperação da sua credibilidade milenar, entretanto tão maltratada, por por razões de oportunismo e ignorância. O tarot é, finalmente, encarado e praticado com mais seriedade.

A bruxaria passa a ser assunto corrente e é anunciada nas revistas e jornais, com os desmandos que conhecemos. As organizações herméticas tentam sem grande sucesso, manterem-se herméticas. Não há como. Surge a wicca, ainda tímida, a dar os seus primeiros passos, sem grandes fundamentos populares, continuando reduzida a expressões minúsculas.

Simbolicamente falando, Plutão fez o trabalho transformador correspondente a esse breve ciclo, e hoje, assistimos à implantação do fenómeno oposto. Em nenhuma era da humanidade houve tanta abundância informativa sobre espiritualidade e esoterismo. Eu e os meus colaboradores, as nossa editoras, com os livros e sites, somos outro exemplo do que foi o trabalho de Plutão em Sagitário. Apenas pretendemos divulgar ideias. Agora já estamos a aprender na carne o que será Plutão em Capricórnio. Fala-se abertamente de espiritualidade, em todo o lado, fora dos “conventos” tradicionais.

Veja a continuação do artigo na próxima página

Se observarmos com atenção, estamos perante um “movimento” único, como se de uma onda gigantesca se tratasse. Nunca houve tantos terapeutas para o corpo e espírito, como agora. Com uma infinidade de especialidades. Com máquinas credíveis e sofisticadas. Nunca houve uma época como esta que atravessamos, em que a maioria das pessoas sente possuir um “dom” especial. E possuem, seja o que for. Mas não são “especiais”, por isso. Pensam que são especiais, o que é diferente. E dizem e escrevem as maiores barbaridades. Os spa's e os health centres, além dos fitness e maquinaria diversa, oferecem conforto para a alma, nos seus banhos, terapias com pedras, óleos e massagens especiais com a prática de yoga. Nunca tanta gente tentou saber qual era a sua missão nesta reencarnação. Nunca houve tantos orientadores espirituais, assim como nunca tantos canalizadores se deram a conhecer, como nos dias de hoje. Nunca tantos livros, discos, filmes, revistas, sites, blogues, cursos, palestras e seminários trataram de temas espirituais. Pelo meio, também sabemos que existe alguma confusão sobre estes assuntos. Dúvidas, receios, medos. É natural. E nunca se assitiu a uma crise de valores tão profunda e radical. O auto-convencimento ainda impera...

O breve ciclo de Plutão em Sagitário fez que tudo isto acontecesse. Conseguiu espalhar a bênção de nos descobrirmos mais do que um mero corpo físico. O próximo ciclo colocará as coisas no seu lugar definitivo. Será como se uma rede fina viesse separar o trigo do joio.

É Plutão a chegar a Capricórnio.

Com este ciclo vamos assistir a uma concentração, a uma fina peneiragem do que não serve, sobrevivendo o que tiver realmente uma "sontonia fina". Muitos desaparecerão, ficando apenas aqueles que estiverem a trabalhar o seu interno. Todas as pessoas que conheço que têm estado empenhadas nesta caminhada, passaram ou estão a passar por situações de crise enorme, a testar se são capazes de sobreviver a essa "sintonia fina". É extremamente doloroso.

Veja a continuação do artigo na próxima página

Estamos no início de uma importantíssima alteração nos nossos conceitos básicos sobre Hierarquia, Autoridade e Respeito. Essa alteração vai ser cada vez mais sentida na carne, na experiência da vida. São os “tempos chegados”. E tem data marcada e será inexorável no seu cumprimento. Já se nota que está a funcionar (encontra-se a 2 graus de Capricórnio), mas a partir do início de 2008 o novo ciclo estára aí, a funcionar em pleno.

Estas alterações forçar-nos-ão a reavaliar internamente os nossos critérios a respeito "do que" ouvir, "em que" acreditar, "onde" colocar nossas atenções e "a quem" nos colocarmos à disposição.

Cooperação será a tónica de uma nova abordagem colectiva de relacionamentos hierárquicos, não como reacção à autoridade, mas como resposta às necessidades de se assumir a própria responsabilidade diante da vida que nos cerca. Paternalismos não mais caberão nas nossas expectativas: aquele ser austero, que mantém tudo nos trilhos, está a desaparecer.

Num primeiro momento haverá muito medo e insegurança, (já se nota no desemprego e na crise económica) mas com o tempo, as transformações das estruturas internas e externas mostrar-se-ão suportáveis e até benéficas, consoante formos percebendo que a transformação do que é velho em novo é inexorável, dolorosa e necessária. Sempre foi assim.

O poder será dos que têm "boa vontade", já que só será exercido na medida em que for permitido.

Veja a continuação do artigo na próxima página

Status será dos que souberem "Fazer" e souberem "Ser" e não apenas dos que sabem "Ter".

"Ter" será substituído por "Ser" na escala de valores do inconsciente colectivo. Poder aquisitivo será um acessório, não mais uma premissa.

Dificuldades? Sim, muitas. Principalmente antes de termos estabelecido as nossas novas referências em termos de segurança e estabilidade.

A nova estabilidade só virá quando percebermos que nada na natureza é permanente, e quando nos pudermos entregar à aventura de confiar em nós mesmos, na certeza de que o novo conceito de Respeito nos abrigará quando surgirem obstáculos.

São outros tempos que chegam. As novas organizações estão a chegar e a entrar, decididos a substituírem os velhos paradigmas de políticas sociais e económicas que já não funcionam. Ong's, permacultura, preço justo, associativismo repsonsável, etc., estão a surgir como resposta aos Estados em falência. É um Plutão Transformador, que já está a (re)estabelecer novas leis, novos códigos de conduta para a humanidade. É uma rede fina que vem trazer uma nova ordem mais subtil, uma nova energia, mais de acordo com Gaia, a nossa nave, na qual somos apenas mais um ao serviço da mesma.

O tempo dirá...

António Rosa

Editor da Editora Anjo Dourado
Escola de Astrologia Nova-Lis