Março ou antes Martius, nome criado pelos romanos dedicado ao planeta Marte, O Guerreiro. Mas mergulhando muito mais atrás no tempo ancestral, relembramos e sentimos que este é o tempo Natural do emergir das sementes. As fortes e intrínsecas sementes que foram geradas pelo rasgar, desnudar e purgar do intenso, exigente e profundo Inverno. É tempo de romper o casulo, abrir as asas, olhá-las, reconhecê-las no amor e humildade que o Inverno tão bem nos ensina, e, voar. Tempo do natural equilíbrio entre a luz e a sombra, o dia e a noite, o dentro e o fora, do espírito e a mente, o consciente e inconsciente, o feminino e masculino. É a pura celebração e enaltecer da Natureza, a celebração da Vida no seu rasgar, no seu frenesim e no seu Viver. Assim é o Equinócio da Primavera no sólo mágico das nossas florestas e no solo mágico do âmago dos nossos seres.

A dança dos céus está maravilhosamente estimulante e audaz, resumindo na essência, (sem usar a palavra eclipse e outros termos mais astrológicos). Fogo é a palavra de ordem, que queima violentamente as ilusões, varrendo-as assertivamente, fazendo emergir a Verdade de forma Incandescente e única. Esta dança está (ou irá) contagiar-nos a todos nós de uma forma bem bruta e assertiva instigando o guerreiro interior mais audaz na busca da sua maior verdade e na sua melhor forma de acção eficaz para com a sua essência e caminho como Ser. Esta dança nos Céus e na Terra, tem vários participantes bem activos e exigentes de momento, e, cada um nos desafia com o seu ritmo e a sua natureza. O ritmo desta dança fará com que cada um de nós olhe e veja o que arrasta apegadamente do passado, pois para conseguirmos dançar esta melodia que nos chama de uma forma magnética e avassaladora, conscencializamos o quanto conseguimos ou não nos mover, o quanto precisamos de largar peso ou largar algo que nos prende os movimentos, para nos entregarmos ao fluxo, ao ritmo à melodia que chama. A dança dará uma clara percepção de como estamos emocionalmente e fisicamente e porque é uma dança inspirada pelo fogo, naturalmente vamos largar tudo e dançar frenéticamente até ao nosso cansaço, desafiando resistências. Algumas vezes poderemos até pensar que não aguentamos mais o ritmo ou que não conseguimos mais dançar, poderemos fazer uma pausa levar as mãos aos joelhos deixando cair a cabeça, podemos gritar, chorar, gargalhar, mas o ritmo e o som que se faz sentir será sempre mais forte e mais forte. A sua natureza e intenção é levar-nos ao auge, até sentirmos e consciencializarmos a vida, o fluxo, o fogo que está dentro que vive, vibra, arde e nos faz mover. 

Esta é uma melodia que nos fará tomar a consciência de que todos nós a estamos a dançar, enquanto dançamos ouviremos e sentiremos outros, muitos, infinitos e eternos, nesta dança colectiva e universal.

Saímos do mergulho das profundas e sábias águas de Inverno para o frenesim da dança expansiva da Primavera, a dança expansiva do Ser, na qual o Fogo é de momento o maestro. É preciso emergir para dançar, e para emergir é preciso limpar e nutrir muito bem a raíz para romper o solo e expandir.

Esta é a lunação do Jaguar, segundo o calendário Maia, lunação que nos inspira e trabalha na questão: como atingir o meu propósito? Realizando o fluxo sábio da Natureza Universal, como cada um de nós o concretiza, cabe a cada um de nós se desafiar a descobrir ao seu ritmo e consoante a sua Natureza. Que todos nós sintamos o nosso ritmo e o dancemos frenéticamente até ao nosso auge, até preenchermos cada célulazinha do nosso corpo com a nossa vida bem vibrante. Assim "terminará" esta lunação seguindo no auge da fertilidade, com a celebração de Beltane. A celebração do equinócio da Primavera, (o inicio da estação primaveril) conhecida pelos antigos como Ostara, celebra a manifestação da criação, o gerar da Vida, simbolizada pelo ovo, Beltane o auge da Primavera (a meio da estação primaveril) é celebrada a fertilidade manifestada, o ovo já fecundado, e tudo está vibrante na Natureza, poderemos observar e sentir nas florestas da nossa Terra, dentro e fora de nós.

Que a dança de todos nós acenda o fogo interior e por conseguinte o fogo colectivo. Que a cada anel de tempo que passa seja uma dança cada vez mais audaz em consciência, verdade e criatividade.

Que assim seja.

Nádia Nadzka

Sobre a autora:

MULHER Apaixonada pela Vida. Viajou pelo mundo do teatro, música, dança, moda, design e ilustração, grandes Paixões que nunca abandonou, foi aprendendo a simplificar e a fundir ao longo da vida com outras paixões que foi descobrindo. Aluna atenta da Vida e dos seus “mestres”, familia e amigos. Eterna estudante da ancestralidade, estuda, pratica e vive a Arte Xamanica - a humildade, a criatividade, o respeito e Amor pela Terra e tudo o que tem Vida, estuda os Astros, a Natureza, o Infinito Universo e a forma como tudo isso nos influencia, estuda a Natureza humana, desafiando-se e desafiando cada um a olhar-se e a acordar-se. Há cerca de 10 anos que se dedica a criar momentos, experiencias, vivencias que despertem A Vida que existe em cada SER. Dá consultas sobre todos estes temas de forma a ajudar ao Reencontro pessoal. Dança, canta e toca nas noites lua cheia, em cada mudança de estação e sempre que pode dá voz à celebração, gratidão e União com a Natureza e toda a sua história e sabedoria. Escreve e desenha sobre estes temas. É artesã na Vida e da Vida.  O que a move? Amar, Criando. Honrar A Vida.

"A genuína originalidade de cada um de nós é precisa para compor a melodia na Terra." Nádia NadZka

 

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