Esta questão é tão antiga como a própria astrologia. De tempos a tempos lá aparece um indivíduo a “descobrir”, de novo, aquilo que está descoberto há dezenas de séculos! São as leis do marketing, e a necessidade de protagonismo de alguns... A última vez que se falou de tal situação foi, creio eu, há uns 15 anos. Até fui chamado à televisão para fazer um depoimento.

A divisão do Zodíaco em doze partes, com rigorosamente 30 graus cada uma, é uma convenção que só será alterada quando os astrólogos quiserem e não quando um qualquer indivíduo se lembrar de a por a circular, de novo, nos meios de comunicação social. O espaço à volta da Terra, como todos sabemos, tem 360 graus, e os astrólogos da antiguidade resolveram dividi-lo em 12 partes (os 12 signos) e colocar-lhes os nomes das constelações que, na altura, estavam perto dessas zonas do espaço. A relação entre as constelações e os signos do Zodíaco é tão-somente essa: a semelhança dos seus nomes. Essa relação começou e acabou aí, nesse mesmo momento. Tudo o mais é mera especulação.

Há outro ponto subjacente a esta falsa questão: o chamado movimento de precessão dos equinócios, que é um assunto sobejamente conhecido dos astrólogos, e que tem a ver com o desfasamento entre os signos e as constelações. Para simplificar, poderia dizer que é esse fenómeno que faz com que hoje em dia se diga que estamos na Era de Aquário e não na Era de Peixes, que começou sensivelmente há 2.000, com o nascimento de Cristo.

Resumindo e concluindo: ninguém duvida que o espaço à volta da Terra terá eternamente 360 graus. Assim sendo, também ninguém poderá duvidar que, também eternamente, os signos, porque são 12 porções desse espaço total, serão 12. Esta questão, e a dita polémica a ela associada, é tão aberrante como a que seria se alguém, de um momento para o outro, viesse para a comunicação social dizer que afinal o metro não tem 100 mas 102 centímetros…

Paulo Cardoso