O poeta Luís de Camões dizia que o amor é como o fogo que arde sem se ver e como uma ferida que dói e não se sente. Helen Fisher, antropóloga, investigadora e autora de vários livros sobre os relacionamentos amorosos, não é tão poética. A especialista identificou três etapas do amor e os processos químicos que, em cada uma, comandam as nossas reações, decisões e sentimentos. Saiba quais são!

Fase 1: Luxúria

Corresponde ao momento em que andamos à procura de alguém. As hormonas-chave deste período são a testosterona e o estrogénio. Ao contrário do que por vezes se pensa, está demonstrado que a testosterona também desempenha um papel importante no desejo sexual das mulheres e não apenas no dos homens.

Fase 2: Atração

É a fase da paixão, em que os enamorados perdem o apetite, dormem menos e sonham acordados. Permanecer nela não só é impossível como limitaria o dia a dia, uma vez que o processamento cerebral apresenta semelhanças com o estado de patologia mental. As hormonas que influenciam esta fase são a dopamina, a anorepinefrina e a serotonina.

Fase 3: Ligação

Nesta etapa, é estabelecido um compromisso mais duradouro. A ligação construída pelo casal determina se o relacionamento vai ou não durar. Durante este período, as hormonas-chave são a oxitocina e a vasopressina. Libertadas pelo sistema nervoso em momentos de prazer, durante o parto ou ao amamentar, também têm um papel relevante na interação social.

Texto: Fátima Lopes Cardoso com Catarina Mexia (psicóloga especializada em terapia do casal)