Um em cada quatro homens com menos de 35 anos na Finlândia acredita que as mulheres podem merecer ser alvo de violência devido ao seu comportamento ou forma de vestir, de acordo com uma investigação publicada na passada terça-feira, dia 12 de novembro.
A coalizão de associações de mulheres finlandesas (Nytkis), que encomendou este relatório sobre as atitudes dos homens face à violência contra as mulheres, classificou os resultados como "alarmantes".
De acordo com a investigação, realizada com mais de mil homens entre os 18 e os 79 anos, um em cada quatro homens com menos de 35 anos acredita que uma mulher "poderia merecer ser alvo de violência devido à sua forma de vestir, aparência ou comportamento".
Em todas as faixas etárias, um em cada cinco homens teve esta reação.
nem todos os homens aceitam a violência contra as mulheres
"O nosso estudo mostra que, embora nem todos os homens aceitam a violência contra as mulheres, muitos homens a toleram, o que é preocupante. Com a sua atitude, os homens normalizam a violência contra as mulheres", disse em comunicado Silla Kakkola, presidente do Nytkis e do Observatório Finlandês de Violência.
No entanto, os resultados revelam algumas incoerências: embora 21% dos homens considerem que as mulheres podem merecer ser sujeitas à violência, 90% acreditam que a violência contra as mulheres é sempre repreensível.
O primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, reagiu afirmando que "a violência contra as mulheres é uma vergonha para a sociedade finlandesa".
"A sociedade como um todo deve esforçar-se para mudar estas atitudes desviantes e perigosas e erradicar a violência contra as mulheres", escreveu numa publicação no Instagram, apelando aos "homens para que assumam a sua responsabilidade".
A Finlândia é um dos países menos seguros da União Europeia para as mulheres.
Metade das mulheres entre os 16 e os 25 anos foi vítima de violência física, ameaças de violência ou violência sexual, e uma em cada cinco sofreu violência grave ou violação, informou a agência de estatísticas da Finlândia num comunicado também publicado nesta terça-feira.
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